Pedro Tamen subscreveu a ILC

Pedro Tamen nasceu em 1934. É poeta e tradutor.

Mas não é ser carpinteiro,
não é ser caminheiro,
não é ser marinheiro o que mais me inquieta.
Nem é poder esquecer
a pulga, o ornitorrinco.
O que mais me inquieta, Senhor,
é não ter a certeza,
ou mais ter a certeza de não valer a pena,
é partir já vencido para outro mundo igual.

(Citação parcial do poema NOÉ, de “Analogia e Dedos”, 2006)

Enviou para alguns dos seus contactos um email de divulgação da ILC, citado no blog de um dos destinatários, em que escreve:

«Se, como eu, considera o Acordo Ortográfico um grave disparate, sugiro-lhe que vá ao site

https://ilcao.com/

e que, se assim o entender, se junte ao movimento e o divulgue.»»

Pedro Tamen nasceu em Lisboa, em 1934 e estudou Direito na Universidade de Lisboa. Entre 1958 e 1975 foi director da Editora Moraes e depois, até 2000 (data em que se retirou da actividade profissional), administrador da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi também dirigente cine-clubista, professor do ensino secundário e director-adjunto de uma revista de actualidades. Fez crítica literária no semanário Expresso. Foi presidente do P.E.N. Clube Português (1987-90). Foi membro da Direcção e presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores. Tem poemas traduzidos e publicados em francês, inglês, espanhol, italiano, alemão, neerlandês, sueco, húngaro, romeno, checo, eslovaco, búlgaro e letão.
Tem desenvolvido uma intensa actividade de tradutor literário e obteve em 1990 o Grande Prémio da Tradução. Foi duas vezes finalista do Prémio Europeu de Tradução. Traduziu recentemente À la Recherche du temps perdu, de Marcel Proust.
A sua obra poética, iniciada em 1956 com Poema para Todos os Dias (Ed. do Autor, Lisboa) encontra-se reunida em Retábulo das Matérias (Gótica, Lisboa, 2001). Posteriormente,publicou os livros Analogia e Dedos (2006) O Livro do Sapateiro (2010) e Um Teatro às Escuras (2011). Em 1999 foi publicado um disco-antologia intitulado Escrita Redita (poemas ditos por Luís Lucas; Ed. Presença / Casa Fernando Pessoa).
À sua poesia foram atribuídos o Prémio D. Dinis (1981), o Prémio da Crítica (1991), o Grande Prémio Inapa de Poesia (1991), o Prémio Nicola (1997), o Prémio Bordalo da Imprensa (2000), o Prémio do PEN Clube (2000), o Prémio Luís Miguel Nava (2007) e o Prémio Inês de Castro (2007).

[Transcrição integral de biografia publicada no site de Pedro Tamen.]

Subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Nota: esta publicação foi autorizada pelo subscritor.

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Uni fique-se

«O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional firmado em 1990 que tem por objectivo criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa.»
Wikipedia PT

1. Acresce a estes dados a realidade portuguesa relativamente à política linguística, uma vez que não há, em Portugal, uma instituição com funções efectivas na normatização linguística.

2. Pelo facto de a Priberam ter adquirido uma grande responsabilidade devido aos produtos que desenvolve, às marcas a que se tem associado e ao número de utilizadores que recorrem aos seus produtos e serviços, é exigido aos seus correctores um alto grau de qualidade e a resolução pronta das dúvidas ortográficas (e não a criação de mais áreas de dúvida ou hesitação).

3. O texto do Acordo de 1990 não prevê soluções para muitos dos problemas que cria e é lacunar, ambíguo ou incoerente em alguns aspectos, pelo que foi necessário definir linhas gerais explícitas e fornecer ao utilizador a explicação de algumas opções tomadas pela Priberam. Estas opções têm de ser tanto mais explícitas quanto mais sentida for a ausência de instrumentos lexicográficos reguladores autorizados, nomeadamente o “vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa”, previsto no art.º 2.º do texto do Acordo, que permitam substituir as obras tidas como referência maior.

4. Se o utilizador escolher a ortografia segundo o Acordo Ortográfico de 1990, as opções definidas por omissão serão aquelas preconizadas pelo texto legal, sendo que, no caso de o texto legal ser ambíguo, contraditório ou lacunar, as opções são aquelas que a Priberam considera mais aproximadas do espírito do Acordo Ortográfico, com base no texto e nas obras de referência disponíveis.

5. É forçoso que exista a curto prazo um thesaurus da língua portuguesa ou um “vocabulário comum” a todas as variedades do português, mas seria útil ir mais longe na criação de instrumentos linguísticos e permitir a criação de vários vocabulários ortográficos autorizados consoante a norma de cada país, de que o “vocabulário comum” poderia ser a súmula. Estariam então, de alguma forma, organizadas SUBORTOGRAFIAS NACIONAIS, como propõe Ivo Castro, no seguimento da sua defesa de uma “versão fraca de unificação”. Acresce a este argumento o facto de o texto legal que regulamenta a ortografia ser omisso quanto às diferenças ortográficas entre a norma brasileira e a portuguesa que provêm da tradição lexicográfica dos dois países (ex.: alforge/alforje, missanga/miçanga) ou ainda o da flexão preferencial, numa e noutra norma, de verbos terminados em -guar e -quar ou o da discordância nas duplas consoantes -mm- ou -nn- (ex.: connosco/conosco, comummente/comumente). Da mesma forma, o Acordo não se pronuncia sobre a divergência específica em formas como húmido/úmido, pelo que se deve manter esta distinção nas práticas ortográficas das duas variedades, para evitar uma grande variação interna dentro de cada espaço nacional. A “Nota explicativa” do Acordo indicia uma solução semelhante no ponto 4.4 quando afirma que “os dicionários da língua portuguesa, que passarão a registar as duas formas em todos os casos de dupla grafia, esclarecerão, tanto quanto possível, sobre o alcance geográfico e social desta oscilação de pronúncia” (sublinhado nosso). Esta é uma indicação explícita de que a diferenças de pronúncia equivalerão diferenças de grafia com determinados alcances geográficos, i.e., indica que as práticas ortográficas nacionais serão necessariamente diferentes, por exemplo, no território português e no território brasileiro, bem como em cada um dos outros territórios de língua oficial portuguesa.

6. Uma vez que as diferenças ortográficas entre a variedade portuguesa e a brasileira não são totalmente resolvidas com o Acordo Ortográfico, e que as divergências não se limitam à ortografia, o FLiP contém, como anteriormente, DOIS CORRECTORES DISTINTOS PARA O PORTUGUÊS EUROPEU E PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO.

[Extractos de Critérios da Priberam relativamente ao Acordo Ortográfico de 1990 (português europeu)]

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O email de Pedro Tamen

Recebemos este mail que,

por concordarmos inteiramente com ele,

publicamos

fazendo apelo para um levantamento nacional

contra este atentado à língua portuguesa


Se, como eu, considera o Acordo Ortográfico um grave disparate, sugiro-lhe que vá ao site

https://ilcao.com/

e que, se assim o entender, se junte ao movimento e o divulgue.

____________________________________
Pedro Tamen


Esta é uma reprodução de post, da autoria de Manuel Augusto Araujo, publicado hoje no blog Praça do Bocage.

Pedro Tamen: biografia, Wiki, vídeo

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Manuela Carneiro apoia a ILC

Manuela Carneiro

Maria Manuela Carneiro tem dupla nacionalidade, portuguesa e brasileira, nasceu em Braga e vive desde muito nova na cidade de Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais, Brasil.

Porque nessa sua cidade não existe posto consular de Portugal, não tem registo eleitoral (cartão de eleitor) e só por isso não assinou a ILC contra o “acordo ortográfico”. Com imensa pena sua, é claro, segundo diz, já que o dito “não passa de uma despersonalização forçada de ambas as formas de Língua Portuguesa, a que se usa no Brasil e o Português padrão“.

Participa na campanha pela derrota do AO90, à distância mas sempre presente, através da Internet, seja nos blogs, no Facebook ou no Twitter. E não se inibe, na sua dupla qualidade de Portuguesa e Brasileira, de comentar geralmente de forma cáustica a forma “cobarde” e “bovina” como os seus compatriotas deste lado do Atlântico deixaram que lhes fosse imposto semelhante “shimbalaiê”.

Não subscreveu, por não poder, mas apoia sem reservas a ILC contra o AO90.

Nota: esta publicação foi autorizada pela pessoa visada.

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Manuel Luís de Bragança subscreveu a ILC

Manuel Luís de Bragança

Manuel Luís Caupers de Bragança nasceu em Lisboa em 1956 e vive em Cascais.

Sendo filho do escritor Nuno Bragança, falecido em 1985, colaborou com a editora D. Quixote (grupo Leya) aquando da re-edição da sua Obra Completa em 2009, ano em que faria 80 anos.

Foi um dos promotores e co-autores, no ano 2000, do manifesto de oposição à construção do elevador do Castelo de S. Jorge, naquilo que terá sido um dos primeiros movimentos de cidadãos utilizando a Internet como meio de comunicação em Portugal, o que contribuiu decisivamente para a sua divulgação junto da opinião pública.

Sobre a ILC contra o “acordo ortográfico”, diz: «não sendo eu uma figura pública nem filiado em nenhum partido político, é na qualidade de cidadão de Portugal que tenho todo o orgulho em participar na vossa brilhante iniciativa.»

Sobre o dito “acordo”, a sua posição está claramente expressa numa carta que enviou ao semanário Expresso e que, refere o próprio, foi publicada hoje mesmo (dia 12), “como sendo de minha autoria mas difere substancialmente do original por mim enviado”

Pois assim sendo, é com imensa honra que aqui transcrevemos essa mesma carta na íntegra e absolutamente conforme o original.

O Expresso e o acordo ortográfico

Desde que o Expresso optou por publicar conforme o acordo ortográfico adoptado pela famigerada Resolução da Assembleia da República n.º35/2008 que quem se recusa a escrever assim no semanário é considerado proscrito, ferrado com nota de pé de página, referido como sendo alguém que “escreve de acordo com a antiga ortografia”.
Ora isto tem-me provocado uma azia crescente, uma má-disposição que se vem instalando semanalmente de forma insidiosa, contribuindo de forma decisiva para reduzir substancialmente a relativa boa disposição que deveria acompanhar a chegada do fim de semana. Por isso resolvi escrever esta carta. É que não só a nota de pé de página pretende discriminar de forma assaz depreciativa os autores dos textos, e refiro-me por exemplo ao José Cutileiro, à Inês Pedrosa e ao Miguel Sousa Tavares, como é absolutamente desnecessária: basta lê-los para se perceber de imediato que são escritos de acordo com a ortografia actual e correcta. Por outro lado, o frenesim modernista que acometeu o Expresso na adopção do referido acordo também potencia situações ridículas como a notícia escrita pelo Alexandre Costa sobre o Neues Museum publicada na página 7 do suplemento Actual da edição de 29 de Janeiro último. Aí, se por um lado se pode ler “O Egito está a reclamar a devolução do busto da rainha Nefertiti (1370-1330) a.C.)” logo adiante na mesma micro notícia lê-se: “pelo professor Ludwig Borchardt do Instituto Imperial Alemão das Ciências Egípcias da Antiguidade “. Então em que ficamos? Tira-se o p ao Egito e mantém-se o p nos egípcios? Não basta a salganhada que por lá vai para ainda por cima o Expresso contribuir para uma crise de identidade daquele povo?

Manuel Luís de Bragança

Subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Nota: esta publicação foi autorizada pelo subscritor.

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