Onde assinar a ILC: Café S. Jorge, Carcavelos

O Café S. Jorge, na Praça da República (junto à Igreja de Carcavelos), está aberto das 8 da manhã até à meia noite durante os sete dias da semana.

Fundado em 1955, este é um dos mais antigos e prestigiados estabelecimentos de cafetaria e restauração da “Linha do Estoril”.

A partir de agora também ali poderá subscrever a ILC pela revogação da entrada em vigor do “acordo ortográfico”.

À Gerência do S. Jorge, que tão convictamente se disponibilizou para prestar este serviço à causa da defesa da Língua Portuguesa, cabe deixar aqui a manifestação pública de apreço e de reconhecimento pela sua simpatia.

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«Tudo soa a falso» [MJA]

As várias fases da ortografia da língua portuguesa

A língua portuguesa já existia, na sua forma oral e escrita, muito tempo antes de chegarmos ao Brasil, facto que parece andar esquecido:
“A individualidade da língua portuguesa começou a desenhar-se no domínio do léxico e pode remeter-se para uma data próxima do século VI. (…) Os dois primeiros textos escritos em português – a «Notícia de Torto» e o «Testamento» de D. Afonso II – datam de 1214-1216.” (M.H.M.M.)

Há que considerar três períodos na história da ortografia da língua portuguesa:
1. Período denominado sem grande precisão fonético, que corresponde à época do português arcaico.
2. Período etimológico, iniciado com o Renascimento e que se prolonga até princípios do século XX.
3. Período das reformas ortográficas, que se desenrola pelo séc. XX e vem até aos nossos dias, incluindo a assinatura do Acordo luso-brasileiro de 1945, pelo qual se tentou fixar definitivamente, uniformizando-a, a ortografia da língua nos dois lados do Atlântico.

A fase das reformas ortográficas

1907 – A Academia Brasileira de Letras (ABL) efectua uma reforma ortográfica, para simplificar a ortografia, no sentido de a aproximar da fonética; foi «complementada em 1912» (M.S.), “mas o sistema por ela proposto foi combatido inclusive dentro da própria Corporação” (P.V.C.).

1911 – É nomeada pelo governo português “uma Comissão de filólogos, entre os quais se destacava Gonçalves Viana”, Carolina Michaëlis, Cândido de Figueiredo, Leite de Vasconcelos e outros, “a fim de estabelecer as bases da denominada Nova Ortografia, que foi implantada oficialmente cinco anos mais tarde, em 1916, sofrendo ainda em 1927 ligeiras modificações” (P.V.C.).

1915 – A ABL resolve aplicar a reforma portuguesa.

1919 – A ABL revoga a resolução de 1915.
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Virgílio Machado subscreveu a ILC

Virgílio Machado Vírgílio A. P. Machado é Professor Associado do Departamento de Engenharia Mecânica e Industrial da Universidade Nova de Lisboa.

Concluiu a Licenciatura em Engenharia Química na Universidade de Lourenço Marques (Moçambique) em 1973. Obteve o Mestrado (ME) em Engenharia Industrial e de Sistemas, em 1975, e o Doutoramento (Ph.D) em «Food & Resource Economics» na Universidade da Florida (EUA), em 1978. [ver fonte]

Ao longo da sua já muito longa carreira, primeiro como estudante, depois como docente universitário, teve oportunidade de contactar, conviver e estabelecer amizades de longa data com colegas e alunos Brasileiros. Nunca as diferenças linguísticas de qualquer natureza, em particular as ortográficas, interferiram ou prejudicaram de qualquer forma ou feitio o desenrolar dessas boas relações, tanto de carácter profissional, como pessoal, que ainda hoje se orgulha de manter.

A sua qualidade de professor universitário e a sua formação especializada demonstram, mais uma vez, que nenhum sector, actividade, profissão ou simples interesse intelectual pode existir sem o veículo e o vínculo que é a Língua Portuguesa, nas suas diversas cambiantes e variantes, sim, mas com o rigor e a ciência que são próprios do saber. Por isso se tornou Virgílio Machado um apoiante activo e militante desde a primeira hora na luta contra o AO90, participando na promoção e divulgação da ILC com verdadeiro espírito combativo.

Subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Nota: esta publicação foi autorizada pelo subscritor.

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Olhe que não, olhe que não…

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O outro acordo ortográfico
Faz hoje oitenta anos que foi assinado, em Lisboa e no Rio de Janeiro, o primeiro acordo ortográfico entre Portugal e o Brasil. Sinais dos tempos, nessa altura o Brasil limitou-se a adoptar quase integralmente, com apenas ligeiras alterações, a ortografia oficial portuguesa. A necessidade de unificar a ortografia da língua falada então por sessenta milhões de pessoas no Brasil, em Portugal e no império colonial português – que incluía, ao tempo, Angola, Moçambique, Guiné Portuguesa, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe (com jurisdição sobre a fortaleza de São João Baptista de Ajuda, no actual Benim), Índia Portuguesa (Goa, Damão, Diu, os enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli e a ilha de Angediva), Macau e Timor-Leste – deu grande importância diplomática ao acordo. No texto do mesmo começa aliás por ler-se: «A Academia Brasileira de Letras aceita a ortografia oficialmente adoptada em Portugal (…).» Na cerimónia realizada em Lisboa, o acordo foi assinado pelo embaixador do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva (l), sobrinho bisneto do seu homónimo formado pela Universidade de Coimbra que foi primeiro-ministro do imperador D. Pedro l (D. Pedro IV de Portugal) e considerado o patriarca da independência brasileira, e pelo escritor Júlio Dantas, presidente da Academia das Ciências de Lisboa (2). O texto final foi lido pelo secretário-geral da Academia, o químico Aquiles Machado (3), perante os signatários, o ministro dos Negócios Estrangeiros e o reitor da Universidade de Lisboa. O acordo de 1931 foi alterado em 1945, mas esta versão não foi ratificada no Brasil. Depois de novas alterações em 1971 e 1973 e de um projecto, não aceite, em 1975, os países de língua portuguesa chegaram a acordo em 1990, que foi ratificado em todos eles ao longo de quase vinte anos. Em Portugal entrou em vigor em 2009 e será introduzido no sistema educativo no próximo ano lectivo de 2011/2012. T: J.F.

[Transcrição via OCR]
Da revista Notícias Sábado nº 277, de 30 de Abril de 2011


Sim?
«O acordo de 1931 foi alterado em 1945, mas esta versão não foi ratificada no Brasil.» (do texto transcrito acima, a bold)

Olhe que não, olhe que não…
«No Brasil, o Acordo de 1945 foi aprovado pelo Decreto-Lei 8.286/45,[9] mas não foi ratificado pelo Congresso Nacional, sendo por fim revogado pela Lei 2.623/55,[10] continuando os brasileiros a regular-se pela ortografia do Formulário Ortográfico de 1943.» (da Wikipedia)

Sim?
«(…) os países de língua portuguesa chegaram a acordo em 1990, que foi ratificado em todos eles ao longo de quase vinte anos.» (do texto transcrito acima, a bold)

Olhe que não, olhe que não…
«Ficam apenas a faltar Angola e Moçambique. Em Angola, o Ministério da Educação começou também a preparar a ratificação do Acordo Ortográfico, afirmando que o mesmo entrará em vigor logo que seja ratificado.[29] Moçambique, por seu lado, nas palavras do vice-ministro moçambicano da Educação e Cultura, Luís Covane, está já na “fase final” da apreciação do Acordo Ortográfico (…)» (da Wikipedia)

Sim?
«Em Portugal entrou em vigor em 2009 e será introduzido no sistema educativo no próximo ano lectivo de 2011/2012.» (do texto transcrito acima, última frase)

Olhe que não, olhe que não!
«A ortografia constante de actos, normas, orientações ou documentos provenientes de entidades públicas, de bens culturais, bem como de manuais escolares e outros recursos didáctico-pedagógicos, com valor oficial ou legalmente sujeitos a reconhecimento, validação ou certificação, será a que vigorou até 31 de Dezembro de 2009 e que nunca foi revogada.» (Artº 2º do Projecto de Lei que apresentaremos ao Parlamento como Iniciativa Legislativa de Cidadãos.)

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Nuno Resende subscreveu a ILC

Nuno ResendeNuno Resende nasceu em Cinfães, a 29-8-1978. É Historiador, mestre em Estudos Locais e Regionais e actualmente doutorando em História da Arte Portuguesa, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Tem investigado e publicado nas áreas da arte religiosa, inventário e Património, fotografia e retrato histórico, genealogia, biografia e micro-história, entre outros temas, num período que baliza entre a Idade Moderna e a contemporaneidade. Foi investigador do Museu Nacional Soares dos Reis (2003-2004) onde participou na elaboração de exposições temporárias. Em 2006 foi convidado pela Diocese de Lamego para coordenar a 2ª fase do Inventário do património religioso e cultural nos arciprestados de Lamego e Tarouca tendo comissariado duas exposições sob o tema do património religioso no vale do Douro («A Montante do Tempo», 2006 e «A Palavra e o Espírito», 2007). Foi, ainda, coordenador editorial e científico de diversas publicações editadas pela Diocese de Lamego, nomeadamente os 2 volumes do catálogo resultante do projecto de inventariação: «O Compasso da Terra», onde participaram 24 investigadores nas áreas da História e História de Arte de diversas universidades nacionais.

“A imposição política de um Acordo Ortográfico no espaço de língua portuguesa é, ao mesmo tempo, um contra-senso e uma intromissão na evolução cultural. Um contra-senso pois espartilha a própria dinâmica linguística que se inventa e reinventa. O Português do Brasil, que se destaca cada vez mais nos mercados e no consumo, é a prova dessa dinâmica que tem marcado uma trajectória muito particular que não abrandará por artes legislativas. E é uma intromissão na evolução cultural, pois obriga à formatação da escrita com base em premissas muito pouco claras que se fundamentam, sobretudo, em necessidades macro-económicas e que em nada tocam as necessidades educativas dos cidadãos.

Como é possível que um dicionário actual se dedique a explorar as novas “vantagens” do Acordo, mas através dele seja impossível compreender um texto de Camilo Castelo Branco?

Eu não subscrevo o AO90.

E num assunto como este, que envolve, como bem referiu Fernando Pessoa, a “minha pátria”, a “minha língua”, exijo ser ouvido e deixar de ser tratado como um simples adereço nas grandes questões dos homens políticos internacionais, para quem este assunto é uma mera questão tecnocrática.”

Subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Nota: esta publicação foi autorizada pelo subscritor, que nos enviou a biografia aqui reproduzida.

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