A ILC-AO e “Os Verdes” [reunião de 11 de Junho, 15h00]

No dia 11 de Junho, pelas 15h00, decorreu mais uma reunião entre a ILC-AO e representantes de grupos parlamentares. Desta feita, o contacto teve lugar com Dulce Arrojado, da Comissão Executiva Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes”.

Foi a quinta reunião com representantes dos partidos com assento parlamentar, depois das audiências que tiveram lugar com o Bloco de Esquerda, CDS-PP, PSD e PCP.

A exemplo do sucedido em todos os anteriores encontros, a ILC-AO não quis deixar de convidar o Partido Ecologista “Os Verdes” a acompanhar o nosso Projecto de Lei assim que este chegue ao Plenário.

Para nossa surpresa, a deputada disse-nos ser esse um cenário que já esteve mais longe de acontecer. No seio do Partido tem vindo a crescer a consciência do erro que foi a implementação de um Acordo Ortográfico, em especial nos moldes em que foi levado a cabo o AO90.

Destacou o recente congresso d’”Os Verdes”, onde foi aprovada uma Moção Sectorial que, em termos muito críticos, pugna PELA AVALIAÇÃO DO ACORDO ORTOGRÁFICO. Esta Moção surgiu no 14º Congresso do Partido que teve lugar em Lisboa nos dias 17 e 18 de Novembro de 2018. O Congresso do PEV (que, naquele Partido, se designa por Convenção) é o órgão máximo do Partido e realiza-se de três em três anos.

Para se ter uma ideia da importância desta Moção, que foi aprovada, devemos lembrar-nos que o PEV nunca deu especial atenção à questão do Acordo Ortográfico. Pelo contrário, adoptou-o, aparentemente sem qualquer esboço de contestação, e continua a aplicá-lo na sua comunicação oficial.

Este é um fenómeno que nos espanta até que não ocorra mais vezes: pessoas e entidades que viam o AO90 com bons olhos — porque “a Língua tem de evoluir” — constatam agora, em face da realidade, que nele não existe evolução alguma, ou seja, que o Acordo Ortográfico é um logro.

Esperamos, agora, que o PEV possa ser consequente com essa Moção que aprovou, deixando de utilizar o AO em espaços como o sítio oficial do Partido, onde nada o obriga a seguir o Acordo. Estamos certos de que, se mais instituições congéneres seguissem este exemplo, muitas outras se seguiriam. Às vezes, para nos apercebermos da realidade que nos cerca, basta que alguém diga as palavras mágicas: o rei vai nu!

De certo modo, a notícia desta Moção, que desconhecíamos, antecipou a nossa proposta seguinte, isto é, tal como fizemos nas reuniões anteriores, a sugestão para que o PEV inclua a questão do Acordo Ortográfico no seu Programa Eleitoral para Outubro próximo.

Fica a sugestão, veremos o resultado.

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1 comentário

    • Maria José Abranches G. dos Santos on 11 Agosto, 2019 at 17:52
    • Responder

    «Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as minhas opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender.» (Alexandre Herculano)

    Se ‘errar é próprio do homem’, a capacidade de reconhecer e corrigir os erros é um dos pilares fundamentais da dignidade humana. Foi pois com satisfação que tomei conhecimento da actual reflexão do PEV relativamente à imposição do AO90 ao país, assumida perante os representantes da ‘nossa’ ILC-AO.
    E faço minhas estas palavras : «Esperamos, agora, que o PEV possa ser consequente com essa Moção que aprovou, deixando de utilizar o AO em espaços como o sítio oficial do Partido, onde nada o obriga a seguir o Acordo.» E subscrevo também «a sugestão para que o PEV inclua a questão do Acordo Ortográfico no seu Programa Eleitoral para Outubro próximo.»

    Para terminar, vou associar a mensagem de dois grandes vultos da nossa língua e da nossa cultura:

    «Minha pátria é a língua portuguesa. (…) Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida.» (Fernando Pessoa, in “Livro do desassossego”, por Bernardo Soares)

    «EXÍLIO
    Quando a pátria que temos não a temos
    Perdida por silêncio e por renúncia
    Até a voz do mar se torna exílio
    E a luz que nos rodeia é como grades

    (Sophia de Mello Breyner Andresen)

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