Operação Pelourinho

Banca da ILC-AO na Praça 8 de Maio (Paços do Concelho), Coimbra, Outubro 2018

 

Com a Feira do Livro do Porto assistimos ao último grande evento de massas de 2018 na área da cultura. Ora, como vimos, a recolha de assinaturas no Palácio de Cristal acabou por ser excelente, mas ficámos ainda aquém da meta dos 20.000 subscritores.

E agora? Sem Feiras do Livro nos tempos mais próximos, como conseguiremos as poucas centenas de assinaturas que faltam? Ou mesmo as centenas que irão certamente ser necessárias depois dessas, para dar resposta ao mais do que provável “zelo” exorbitante no escrutínio da Assembleia da República?

A solução para este problema veio, mais uma vez, da militância. Tal como temos ultrapassado todos os obstáculos até aqui, também agora os activistas da ILC estão a ser decisivos para levar esta iniciativa cívica a bom porto.

A solução é simples e começou com uma pergunta ainda mais simples: para que precisamos nós de uma Feira do Livro?

A verdade é que, por todo o país, em todos os centros urbanos, existem praças, zonas pedonais, Largos do Município ou do Pelourinho… e não apenas nos 308 concelhos do país; existem outras localidades que já foram sede de Concelho e outras que, não sendo localidades com foral de município, têm também o seu centro administrativo, a praça central onde está a farmácia, o posto de correios, o típico “Café Central”, etc. São locais estratégicos, que assumem o papel de centro geográfico e social das respectivas urbes. São espaços de convergência, onde as pessoas tendem a concentrar-se. E a ILC pode facilmente, nesses locais, ir ao encontro de novos subscritores.

Nada disto é novo. A ILC já tem militantes que, de há muito, recolhem sistematicamente assinaturas, sem precisar de Feiras do Livro. Mas, com a experiência desses eventos, há agora mais pessoas capazes de o fazer, com a experiência suficiente para fazer recolhas em espaços abertos e sem data marcada.

Antes de ter estado nas campanhas de Lisboa e do Porto, confesso que o contacto directo com os subscritores não era a minha especialidade. Agora, passado esse tirocínio, dou por bem empregue uma tarde passada numa “banca” de recolha de assinaturas. Equipado com o velho crachá do “cedilha”, estou pronto para o convívio, para o debate de ocasião sobre o Acordo Ortográfico e para testemunhar em primeira mão a aversão que o AO continua a merecer por parte dos portugueses. É claro que as assinaturas são recolhidas a um ritmo bastante menor do que numa Feira do Livro mas os resultados são, ainda assim, francamente compensadores.

A ideia de sistematizarmos esta forma “aberta” de recolha partiu da Isabel Coutinho Monteiro. E, se bem o disse, melhor o fez: ainda em Outubro montou a sua mesinha no Largo do Pelourinho, em Cascais. Dias depois, aportou à Praça da Carreira, no Estoril. Nessa ocasião montámos, eu e o Henrique, a nossa banca na Praça 8 de Maio, em Coimbra. Ao longo de Outubro e Novembro mais iniciativas similares foram acontecendo em Valongo, Vila Nova de Gaia, Espinho e Porto, por iniciativa da Olga Rodrigues. No total, estas pequenas acções já renderam mais de seis dezenas de assinaturas.

Creio que podemos dizer, com segurança, que está encontrado um caminho para esta ILC, que vai ganhando forças graças à sua capacidade para se reinventar e dar corpo ao imenso descontentamento que persiste, ontem como hoje, em relação ao AO90. Se tudo correr bem, talvez já não seja necessária a nossa presença na próxima Feira do Livro, que deverá ter lugar em Lisboa em Maio/Junho de 2019.

Julgamos que não será difícil reproduzir estas “arruadas” em diversos locais de Lisboa, Porto, Lagos, Tomar ou Setúbal e noutras cidades do país — assim o permitam as condições meteorológicas. Na sequência das Feiras do Livro, em especial depois da Feira do Livro de Lisboa, foram vários os militantes que declararam a sua vontade de promover acções deste género.

Escreva-nos um email para que possamos combinar em conjunto os pormenores da acção de recolha de assinaturas no seu “pelourinho”, isto é, nas imediações da Câmara Municipal do seu Concelho, no “Rossio” ou Largo ou Praça central da localidade onde vive. Depois de acertarmos algumas normas de procedimento teremos imenso gosto em enviar-lhe um “dossier” com todas as indicações necessárias.

Os ingredientes, ou seja, os materiais imprescindíveis (e mínimos), são simples e não é difícil reuni-los:
• uma mesinha desmontável
• cartazes da Iniciativa (e fita-cola para os colar na mesinha)
• impressos de subscrição de recolha múltipla (dez assinaturas por folha)
• alguns impressos para assinatura individual para quem quiser levar (um por pessoa, só para fotocopiar) para familiares, colegas e amigos
• Lei da ILC, com o artigo 5º sublinhado (a recolha de assinaturas não pode ser impedida)
• Projecto de Lei da ILC e respectivos pressupostos
• Canetas, de preferência “roller ball”, de gel preto

Se levar consigo uma máquina fotográfica (ou um simples smartphone), depois pode (e deve) enviar-nos algumas imagens da sua participação na “Operação Pelourinho”, já que, evidentemente, tencionamos aqui dar conta deste tipo de acções de recolha de subscrições*.

E leve também consigo, é claro, o “ingrediente” mais importante para transmitir às pessoas, mesmo àquelas que não se dispuserem a subscrever a ILC: a nossa enorme vontade de acabar com este disparate que dá pelo nome de AO90.


*Devido às inerentes restrições legais, pedimos que evite fotografar o rosto dos subscritores.

 

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