Quando este artigo saiu no Público, o primeiro comentário que surgiu na edição online do jornal dizia o seguinte: “Já lá têm o meu papelinho assinado. Boa sorte daqui por diante”.
Em primeiro lugar (e em segundo, e em terceiro…): nunca é demais enaltecer o esforço e a militância de quem se deu ao trabalho de imprimir, preencher, assinar e enviar um papel pelo correio. Para o “Anjo Caído”, autor/a do comentário, o meu sincero agradecimento.
Agradeço também o tom despreocupado e divertido: seria bom podermos fazer desta luta contra o AO90 uma campanha alegre, para usar um dos títulos mais célebres de Eça de Queiroz. Passará a sê-lo, certamente, a partir do momento em que consigamos reunir as assinaturas em falta.
No imediato, porém, aquele comentário parece reflectir um sentimento comum à grande maioria dos subscritores da ILC: “Cumpri o meu dever, fiz o que tinha a fazer, resta-me esperar pelos resultados”.
Infelizmente, nesta luta contra o AO90, todos nós precisamos de boa sorte — a começar pela Língua Portuguesa.
Desde logo, preciso eu de toda a boa sorte do mundo, nesta tarefa de juntar assinaturas para entregar uma ILC na Assembleia da República, Precisamos também de muita sorte, eu e todos os subscritores que abraçaram esta causa, para reunirmos as assinaturas de que ainda necessitamos.
E, por fim, precisam de sorte todos aqueles que já subscreveram, a começar pelo autor ou autora do comentário no Público — para que a sua subscrição não seja um acto falhado, um voto perdido, um tiro que saiu pela culatra.
O facto é que assinar uma ILC não é o mesmo que disparar um moderno míssil teleguiado, tão certeiro que não precisamos sequer de seguir a sua trajectória — sabemos que ele atingirá infalivelmente o alvo.
Ao contrário desse avançadissimo “Fire and Forget”, esta ILC precisa que os seus subscritores continuem a acompanhá-la, a acarinhá-la e a promovê-la. Se cada um de vós trouxer um novo assinante, esta ILC poderá ser entregue no Parlamento no dia seguinte. Parece simples — e, de facto, já faltou mais, muito mais.
Na verdade, o que ainda falta tem pouco que ver com sorte ou azar — implica que você, caro leitor e subscritor da ILC, faça este pequeno gesto: envie este link aos seus amigos, colegas e familiares.
Não podemos ficar de braços cruzados enquanto o AO continua a instalar-se e a fazer estragos, ou, pior ainda, enquanto se cozinha mais uma revisão, um “aperfeiçoamento”, como se diz agora — mesmo quando todos sabemos que o AO90 não tem arranjo possível.
Já percebemos que esta ILC vai ser uma dura luta, até ao fim, assinatura a assinatura. Faça valer a sua: arranje outra. O Anjo Caído agradece. E eu também. ;^)
Rui Valente
PS.: como talvez tenha reparado, temos vindo a actualizar o quadro “Quantas assinaturas temos?” (ver na coluna da direita); já falta pouco para que estejam processadas todas as assinaturas em papel do período anterior à alteração da Lei 17/2003.