«Fugir a tomar decisões» [Pacheco Pereira, revista “Sábado”, 06.02.14]

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Assembleia da República: fugir a tomar decisões

O modo como a Assembleia da República está a fugir de tomar posições é bem revelado no modo como se empurrou para o eterno e adiado futuro a decisão sobre o Acordo Ortográfico. Percebe-se que a opinião dos deputados não conta para nada, mesmo havendo uma possível maioria contra o Acordo, e que apenas a força do impasse político internacional, transformada em inércia, mantém as coisas como estão. Ou seja, a língua portuguesa continua a estragar-se todos os dias, apenas porque ninguém quer saber disso nas elites políticas, nem tem coragem de dizer sim ou não. Ou não quer defrontar os interesses que explicam a manutenção de um acordo moribundo, mas deixado apodrecer no meio das palavras de uma velha língua que infecta e gangrena. Estamos assim.

José Pacheco Pereira

[Transcrição de parte da crónica da autoria de José Pacheco Pereira na revista “Sábado” de 06.03.14. “Recorte” da digitalização disponibilizada “online” por autor desconhecido. Cópia localizada no “blog” Chove.]

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2 comentários

    • Manuel Silva on 9 Março, 2014 at 1:16
    • Responder

    Cada vez ouço e leio mais palavras inglesas nas nossas televisões, rádios e jornais. A língua portuguesa não vai por bom caminho.

    • Jorge Pacheco de Oliveira on 9 Março, 2014 at 10:47
    • Responder

    Caro Manuel Silva :
    Em minha opinião, o recurso a palavras em inglês não é tão pernicioso para a nossa língua como a descaracterização provocada pelo AO90. A utilização de termos ingleses é identificada de imediato e o seu autor pode até ser criticado pelo uso desnecessário ou pretensioso, enquanto a escrita em “acordês” vai minando sub-repticiamente uma ortografia não queremos ver alterada por gente arrogante que se julga dona da língua.

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