Gravação da entrevista do deputado Miguel Tiago ao programa “Páginas de Português“, transmitido pela emissora “Antena 2” no dia 15 de Setembro de 2013, sobre as questões relacionadas com o “acordo ortográfico” em geral e com o Grupo parlamentar de Trabalho sobre o AO90 em particular.
Citações
◊ «Há impactos do acordo ortográfico na Língua portuguesa que não tinham sido previstos nem acautelados e outros tantos que tinham sido ignorados até aqui.»
◊ «A Assembleia da República não pode, pura e simplesmente, utilizar um instrumento jurídico como é um Acordo internacional à revelia das pessoas e das populações, tendo em conta que a Língua portuguesa não pertence exclusivamente à Assembleia da República.»
◊ «Este Grupo [parlamentar de Trabalho sobre o AO90] teve o mérito de demonstrar que não houve nenhuma preparação do Acordo.»
◊ «O acordo ortográfico, que foi apresentado a todas as pessoas como uma forma de unificação da escrita, não só não o é como nem o pretende ser. […] Não só não unifica como prometia unificar como até cria as bases para que a Língua portuguesa cada vez se torne mais díspar.»
◊ «Da mesma forma que [o AO90] foi aprovado também pode ser revogado» [através da revogação da RAR 35/2008]
◊ [a revogação] «implicaria exactamente os mesmos custos que implicou a aplicação do Acordo, com a atenuante de que estes custos estariam a ser para proteger a Língua e não para a destruir.»
11 comentários
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É urgente, e de extrema importância, que se faça chegar ao deputado Miguel Tiago uma ficha de assinatura da ILCAO, se é que este não a assinou já.
Os meus parabéns ao Deputado Manuel Tiago, por reconhecer o embuste que é o “AO90”. Aliás, depois do Deputado Michael Seufert, é o segundo dos eleitos para a Assembleia da República que vem pôr em dúvida, publicamente, esta “evolução” (o aleijão do “acordo”) da nossa Língua Portuguesa. Numa Casa, onde seria suposto ser a defesa da Língua uma das obrigações primordiais de todos os deputados, DOIS é pouco, mas os restantes DUZENTOS E VINTE E OITO vão fazê-lo também, estou certo.
Caro Afonso Loureiro, como sabe, não apenas os dados das assinaturas são absolutamente confidenciais como o facto de alguém ter subscrito (ou não) a ILC é algo que não pode ser divulgado sem autorização do próprio.
De qualquer forma, tanto para este como para qualquer outro deputado, o impresso de subscrição está aí… à disposição: http://ilcao.com/docs/ilcassinaturaindividual.pdf
Mais uma voz que se insurge contra a aplicação de um pseudo acordo linguistico quando o que o trabalho configura é exactamente o contrário,maior disparidade ortográfica.
Não é minha intenção divulgar ou pretender saber se alguém subscreveu a ILC. Acho é importante que se faça chegar um impresso (de múltiplas assinaturas, já agora) a este senhor. Suponho que ele esteja a par da ILC, mas não nos custa nada aproveitar a onda.
@Afonso Loureiro: Sim, claro 🙂
Por acaso, deixar de aplicar o AO não implicaria os mesmos custos que implicou começar a aplicar: implicaria infinitamente menos. Porque, à excepção das crianças (que, embora infelizmente já tenham tido que começar a “aprender” a ler e escrever com aquela pseudo-ortografia, felizmente estão na idade perfeita para reajustar a aprendizagem), todo o resto da população portuguesa já aprendeu a escrever correctamente. Seria sobretudo, portanto, deixar de o aplicar. O que é completamente diferente de fazer um esforço activo (ou, no caso, “ativo”… urgh) para o aplicar.
Recorde-se, de resto, que a maior parte dos professores que está a “ensinar” o AO nem sequer sabe muito bem o que está a ensinar e/ou está a fazê-lo porque não tem outro remédio.
É isso, HC.
Felizmente, o povo português ainda não está “contaminado”. Prova disso é a quantidade de textos com que topamos todos os dias em que são misturadas as duas grafias (antes e depois do AO). Tirando as crianças que, como bem diz estão na idade perfeita para rectificar porque eles aprendem com uma facilidade pasmosa, o pessoal (salvo umas poucas excepções) não consegue é escrever conforme as regras dessa bosta do AO sem utilizar programas/tradutores. E mesmo assim… hehehehe
Uma pessoa medianamente culta conseguia tirar qualquer dúvida ortográfica a utilizar apenas o bom senso e até o instinto mas com o AO… É que não dá mesmo! Quem consegue aprender uma grafia que não tem lógica nenhuma, nem respeita a etimologia nem nada?
Enfim… Um muito obrigada ao deputado Miguel Tiago e ao resto “apenas” dizer que a luta continua.
Abraços
Ora bem: «a primeira versão do relatório que foi redigida era redigida em torno da inevitabilidade do acordo […] e dizia que era preciso afectar mais meios» a tão grandiosa obra.
E quem anda a obrar?
O P.S., que no grupo de trabalho «foi muito claro em defesa do acordo […] com a deputada Canavilhas a demonstrar grande compromisso com o acordo».
«O P.S.D., embora tenha vacilado e até criticado, o que é certo é que desde 1990 que tem sido o principal promotor do acordo, até porque o acordo vem das mãos de Cavaco Silva…»
O C.D.S. que votou a favor mas agora parece mais contra…
O P.C.P. duvidou sempre, com posição contrária… e por isso absteve-se até agora.
O B.E. nem merece conversa…
Conclusão: OS DEPUTADOS SÃO MANDATADOS PELA GENTE PARA SUFRAGAR A VONTADE DE PARTIDOS, SEITAS, ‘FAMIGLIE’, PANDILHAS. DA NAÇÃO É QUE NÃO.
O relatório (passe a imodéstia) é isto:
http://biclaranja.blogs.sapo.pt/771188.html
E isto:
http://biclaranja.blogs.sapo.pt/773803.html
E mais isto:
http://biclaranja.blogs.sapo.pt/780638.html
Nota final:
O locutor DA aNTENA 2 é a fiel voz do dono e disse béu béu muito bem.
PIM!
Só mantendo o nosso português poderemos defendê-lo:
http://www.publico.pt/cultura/noticia/o-portugues-conquistou-a-internet-e-agora-quer-ser-lingua-oficial-nas-organizacoes-internacionais-1606507
@Augusto essas notícias sobre o português ter “conquistado a internet” (ahahahah boa piada) e ser “língua oficial” é a propaganda do costume para defender o AO90.