«mas nunca uniformizá-las em tarefa impossível» [R.M. Rosado Fernandes]

Ortografia significa a “grafia correcta, certa” que reproduza em todas as suas particularidades as características fonéticas e  morfológicas de uma língua. Ora nos países lusófonos e em muitos outros, tal é impossível, por haver variantes fonéticas, e muitas, morfológicas e até semânticas e vocabulares. Basta ler “Chiquinho” ou qualquer livro brasileiro, para vermos a irredutível impossibilidade de uniformização. Não é por acaso que países mais pragmáticos, como a Inglaterra, a França e mesmo a Espanha, com as inúmeras variedades de pronúncia e de vocábulos que, como colonizadores, deixaram pelo mundo fora, para verificarmos que apesar das diferenças, tentam conhecê-las, mas nunca uniformizá-las em tarefa impossível, até porque o orgulho nacional e político o impede, digamos mesmo, o proíbe, pois em nadas acrescentaria. R.M.Rosado Fernandes

[Transcrição integral (e literal) da resposta do Professor Rosado Fernandes a um pedido de informação da CECC (Comissão de Educação, Ciência e Cultura).]

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3 comentários

    • Maria José Abranches on 15 Julho, 2013 at 22:41
    • Responder

    O mal é esse, justamente! É porque por aqui não se vislumbram sinais de “orgulho nacional e político”, que impeça e proíba a falácia desta “uniformização”, que chegámos à situação caricata em que nos encontramos!

    • Jorge Teixeira on 16 Julho, 2013 at 11:41
    • Responder

    Nem de orgulho nem de sageza: a falácia da “uniformização” não resiste a um mínimo de conhecimento científico e a uma pinga de valores humanistas!

    • Inspector Jaap on 18 Julho, 2013 at 15:16
    • Responder

    Gostaria de sugerir, com todo o respeito, ao Exmº Sr. Prof. Dr. Rosado Fernandes, a ideia de, à semelhança do que sei que fez aqui atrasado com um qualquer palerma do areópago europeu, partir as ventas ao malaca ( a minúscula não é engano) pois se aquela era ofensa pessoal, esta é nacional, logo, de âmbito mais vasto, e eu seria pessoa capaz de o secundar em tal gesta, pois não admito que um qualquer pavão se arme em baronete falido e me retire a minha herança cultural ( para essa luminária, iranssa coltural), fazendo-me sentir estrangeiro no meu próprio país; ao Miguel de Vasconcelos, defenestraram-no; e a este?
    Respeitosos cumprimentos

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