«AO90 é empobrecimento da Língua Portuguesa» [Francisco Assis, TVI24]

«Eu vou dizer uma coisa aqui que até é a primeira vez que o digo. Eu… por vezes mudamos na vida, de opinião… evoluímos, de acordo com o nosso ponto de vista, das nossas posições. Eu comecei por ser sensível aos argumentos que o Pedro Santana Lopes agora acabou de invocar em relação às vantagens de um acordo ortográfico. Mas tenho hoje as maiores reservas sobre este acordo ortográfico em concreto, que do meu ponto de vista significa de facto um empobrecimento da Língua Portuguesa. E portanto tenho uma visão hoje muito negativa acerca do acordo ortográfico. Em relação à atitude do Vasco Graça Moura também vou dizer uma coisa um pouco diferente: eu tenho sempre alguma dificuldade em ter antipatia por actos de rebelião promovidos por verdadeiros homens de Cultura. E o Vasco Graça Moura, com as suas características, é um verdadeiro homem de Cultura no nosso país; relança um pouco o debate sobre um tema que é um tema interessante na sociedade portuguesa e eu não fiquei negativamente impressionado com a sua decisão.»

Francisco Assis

Registo áudio extraído da gravação vídeo disponibilizada pela TVI24 online do programa “Prova dos 9” de 08.02.12. [Ver a partir do minuto 44.]

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9 comentários

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    • David Baptista da Silva on 20 Fevereiro, 2012 at 18:14
    • Responder

    Santana Lopes, novamente, a admitir que o AO é mais uma das idiotices da sua acção política…

    • Luís Ferreira on 20 Fevereiro, 2012 at 23:42
    • Responder

    São uns minutos absolutamente deprimentes, que nos dão a verdadeira dimensão dos nossos políticos!

  1. anistia, netuno, egito, verão, receção, contato, estória … e mais umas 100 mil aberrações.
    Ainda há 15 dias li no rodapé do telejornal da SIC: “Beira-Mar prepara receção ao Benfica.”
    -tentem ‘goalkeeper’ para Português no google tradutor, ou ‘bus’, ou ‘you’.

    • J.Gervário on 21 Fevereiro, 2012 at 11:28
    • Responder

    Os brasileiros estão a desgraçar o nosso português.
    O que devia era a língua de Portugal e das ex-colónias separem-se do Brasil.
    E se as ex-colónias quiserem seguir o Brasil, quem fica a perder são elas.

  2. José Gil, brilhante!
    http://educar.files.wordpress.com/2012/02/jgilao.jpg

  3. Pena que este senhor só acorde para a realidade do “aborto ortográfico” quando está na oposição, e não quando estava no governo que aprovou, em 2008, a aplicação do AO90 a partir deste ano!! Mas, pronto, vale mais tarde do que nunca…

    • Luís Ferreira on 21 Fevereiro, 2012 at 17:12
    • Responder

    @lx
    Não nos habituámos já a isso?
    Eles são todos muito bons na oposição.
    Era lá que deveriam estar todos, sempre!
    Dão-se alvíssaras a quem encontrar abandonado um partidos político feito de homens dignos.
    Trapaceiros e vendidos? Não, obrigado!

    • Maria José Abranches on 21 Fevereiro, 2012 at 18:04
    • Responder

    O que é extraordinário é que os nossos políticos – todos – se tenham sentido autorizados por nós a negociar a nossa língua! Visivelmente não sabiam e não sabem o que está em causa e não curaram de saber, pedindo e ouvindo as opiniões de quem sabe.
    Quantos desses senhores LERAM realmente o próprio Acordo de 1990? Se o leram, quantos estavam em condições do o entender e de avaliar as suas consequências para a nossa língua e para a nossa cultura?
    Como foi possível assinarem o Acordo do Segundo Protocolo Modificativo, numa inqualificável postura anti-democrática e lesiva da nossa soberania?
    Como puderam depois aprovar esta traição, na Assembleia da República, pela Resolução n.º 35/2008 (que esta ILC pretende fazer revogar)?
    Por que misteriosa razão, só a 13 de Setembro de 2010, surgiu o Aviso do Ministério dos Negócios Estrangeiros n.º 255/2010, comunicando que o depósito do instrumento de ratificação desse Segundo Protocolo Modificativo, que determinou a entrada em vigor do Acordo em Portugal, ocorrera a 13 de Maio de 2009, ou seja, um ano e quatro meses antes (DR, 1.ª série – N.º 182 – 17 de Setembro de 2010)?
    O que justifica que a RTP – serviço público – tenha começado a impor-nos o Acordo e as suas miudezas, logo no início de 2011, ignorando a sua obrigação de promover a informação e o debate que a relevância do assunto exigia? E que assim tenha continuado, apesar do resultado das eleições desse mesmo ano?
    Como se explica que, tendo caído o anterior governo, se tenha seguido à letra a Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011, de 9 de Dezembro de 2010 (DR, 1.ª série – N.º 17 – 25 de Janeiro de 2011), que estabelecia ser o AO “aplicável ao sistema educativo” em 2011-2012, assim como na administração e no DR, a partir de Janeiro de 2012?
    Felizmente a coragem, a verticalidade, a imensa Cultura e o amor à língua portuguesa do Dr. Vasco Graça Moura vieram trazer à ribalta a questão do AO e um exemplo de dignidade e civismo para todos os que a ele se opõem!
    É um dever cívico e uma honra fazer oposição aos compromissos vergonhosos, assumidos em nosso nome, e que põem em causa o nosso mais precioso património identitário, a língua portuguesa.

    • Helen Santos Alves on 21 Fevereiro, 2012 at 20:52
    • Responder

    Felizmente, têm aparecido muito bons textos, cada vez mais, contra o AO. Além de muitos outros, li o texto de José Gil que me deu imenso prazer e um grande alívio por ele ter conseguido acrescentar factos importantes que ainda não tinham sido constatados… Comecei a ter de novo alguma esperança no bom senso dos Portugueses… Será que este texto consiga penetrar na consciência daqueles que friamente estão a lutar a favor do crime representado por este AO?!

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