«Repúdio do AO90 nos Açores é muito intenso» [“Correio dos Açores”, 13.03.15]

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Repúdio do Acordo Ortográfico nos Açores é muito intenso

 

Os deputados do PSD eleitos pela Região Autónoma dos Açores, em requerimentos enviado ao Governo da República, através do Ministro da Educação e Ciência consideram que “o repúdio do Acordo Ortográfico nos Açores é muito intenso” e como tal, entre várias questões, perguntam ao Executivo português se este “vai impor, centralística e autoritariamente, a aplicação do dito AO 90 nos exames a realizar na Região Autónoma dos Açores, sendo certo que o respectivo sistema de ensino está há décadas regionalizado”.

Mais, questionam João Bosco Mota Amaral, Joaquim Ponte e Lídia Bulcão, se “o Governo confirma que na correcção das provas de exames nacionais do secundário vão ser marcados erros de ortografia e aplicadas penalizações a grafias diferentes daquela que impõe o AO 90” e se tal medida “vai ser aplicada também nos outros graus de ensino, incluindo o universitário”.

Os deputados eleitos pelos Açores pretendem saber ainda “como vai recrutar o Governo os docentes encarregados de corrigir as provas, sendo certo que muitos são verdadeiros objectores de consciência contra o AO 90” e “como pode o Governo garantir uniformidade de critérios face às delirantes “facultividades” incluídas no dito AO 90”.

No requerimento apresentado, e face a notícias que os deputados consideram “alarmantes sobre a imposição de fortes penalizações aos alunos em cujas provas de exames nacionais não seja rigorosamente aplicada a grafia imposta pelo sinistro Acordo Ortográfico de 1990 (AO 90)”, os mesmos referem que “entre professores, alunos e famílias vai uma grande indignação pois muitos jovens a examinar começaram a sua aprendizagem com a língua materna sujeita a umas certas regras de grafia e depois foram perturbados com alterações aberrantes, impostas à força por um grupo fundamentalista, que instrumentalizou o poder do Estado não se sabe como…” e acrescentam que “certo é que entre os escritores e largas franjas do professorado, para não falar já da população em geral, continua a verificar-se forte rejeição daquilo que é visto como destruição da língua portuguesa, sem qualquer razão nem benefício prático, como já comprovámos nas respostas obtidas – ou negadas… – às nossas insistentes perguntas parlamentares sobre tão candente matéria”.

Para os deputados, “na Região Autónoma dos Açores mais se justifica a indignação, porque o repúdio do AO é muito intenso”.

 

[Transcrição integral de notícia publicada no jornal “Correio dos Açores” em 13.03.15. “Links” adicionados por nós.]

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