Ontem só houve tempo para um pequeno registo factual mas a partilha que Luís de Matos fez nas suas páginas — na oficial, seguida por mais de 230 mil pessoas, e na sua página pessoal — deve ser vista com alguma atenção. Como todos sabemos, o Luís de Matos é mestre de cerimónias, entertainer extraordinaire e um dos melhores mágicos do mundo. Mas é também um homem de causas e de convicções. Quem souber ler o seu sítio na Internet (www.luisdematos.com) encontra lá um pouco de tudo — o sonho e a magia, sim, mas também a reflexão e a análise sobre temas candentes da nossa sociedade. Um desses textos ilustra na perfeição esta faceta menos conhecida do Luís. Com o título “Uma Língua Única”, Luís de Matos confessa ter o sonho de uma Língua comum a todos os povos. Eu, sinceramente, não posso estar mais de acordo: desde logo, haveria certamente menos guerras neste pobre mundo.
Podem lê-lo aqui: http://luisdematos.com/_blog/Blog/post/Uma_l%C3%ADngua_única/
Com o texto que ontem publicou, Luís de Matos deixa claro que essa Língua, a existir, não poderá nunca ser uma Língua artificial, imposta por meia dúzia de pessoas sob o falso manto de uma universalidade vazia de sentido.
A universalidade consegue-se, não inventando um denominador comum artificial, mas sim procurando conhecer o Outro tal como ele é e dando-nos a conhecer a esse Outro tal como somos. Só assim teremos uma troca verdadeiramente enriquecedora para todas as partes envolvidas.
Por conseguinte, o AO não é e não será nunca essa ponte entre povos que pretendia ser. Soa a falso, não é de ninguém, não nos mostra ao Outro tal como somos.
Se persistirmos neste erro colossal, a troca entre Nós e os Outros ficará mais pobre. Os outros povos nada terão a aprender connosco e nós próprios esqueceremos boa parte da viagem que a Língua fez para chegar até nós — até ao momento em que a dissemos nossa.
Sendo um homem que defende aquilo em que acredita, Luís de Matos não subscreveu a ILC — porque já é subscritor da Iniciativa, desde a primeira hora. Mas achou por bem alertar toda a gente para o novo portal de subscrição. Como ele diz, e bem: “Ainda estamos a tempo de reverter a asneira!”.
E você, caro leitor — vai deixar a nossa Língua nas mãos de quem não a trata bem?