14,4% de “reprovados” na “prova de avaliação dos professores contratados” por “erros ortográficos”. Aliás, 62,8% do total de examinandos registaram “mais de três erros ortográficos” nesta “prova”.
Como se vê, o AO90 não é obrigatório (e “ninguém será abatido, preso ou punido se não aderir às novas normas”, dizia o então Ministro da Cultura em 19.08.08) mas serve para “reprovar” professores (e alunos, claro) que não escrevam em acordês.
[Gravação de notícia da RTP (“Jornal da Tarde”), emitida consecutivamente no canal RTP Informação ao longo do dia 05.08.14]
6 comentários
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Escumalha! Somos mandados por escumalha, por delinquentes, pelo resulho da sociedade, por frustrados, por ‘jotinhas’ que nunca souberam na vida o que é trabalhar, uma chusma de irresponsáveis. Mas não serão quantificáveis os casos de pessoas levadas ao suicídio por causa do lixo que estes desalmados divulgam nas televisões, do desespero que incutiram, do desprezo total pelas vidas que juraram defender?
O que é “completamente inaceitável”, para usar as palavras de Mário Nogueira, é que, em Portugal, se possa discutir seja o que for no Ensino sem começar por pôr em causa o Acordo Ortográfico de 1990! Que os professores, meus colegas, inclusivamente pela voz dos seus sindicatos, em especial a FENPROF, tenham acatado, sem discussão, como se fossem simples ignorantes, a imposição deste AO90 é uma indignidade para a profissão e uma vergonha nacional!
Os professores e os seus sindicatos comportam-se como simples assalariados, meros funcionários de qualquer repartição, incapazes de tomar posição sobre questões relevantes para o trabalho e a função social que desempenham.
Os professores não têm nada a dizer sobre a sua língua materna e a dos seus alunos, suporte da relação social em que estão inseridos e veículo fundamental de todo o conhecimento? É-lhes indiferente o destino dessa língua que, como portugueses, nos estrutura individual e colectivamente e nos tem permitido existir, como povo, com uma cultura própria, solidamente consolidada através dos séculos? Não conhecem e não sabem o suficiente sobre a nossa língua, para não se permitirem repetir acriticamente as falácias dos adeptos da “evolução” imposta à força pelo – já velho – Acordo Ortográfico
de 1990?
Recordo que o processo foi desencadeado por uma Resolução do Conselho de Ministros de José Sócrates, de 9 de Dezembro de 2010 (RCM n.8/2011, DR – 25 de Janeiro de 2011), que o governo actual se apressou a executar, logo no ano lectivo de 2011-2012, pouco depois de ter tomado o poder. Diga-se, de passagem, que também neste capítulo o autor de «O ‘eduquês’ em discurso directo» nos defraudou valentemente.
Eu tenho o livro “O eduquês em discurso directo”, de Nuno Crato. Na altura o autor suscitou-me admiração. Actualmente, depois de ver a actuação dele à frente do Ministério da Educação, onde se comporta como um fantoche às ordens de um primeiro ministro jotinha, sinto vontade de queimar o livro. Só ainda não o fiz porque fui ensinado a respeitar os livros. Mas vou pensar no assunto…
Subscrevo inteiramente (mais uma vez) o comentário de Maria José Abranches. E, na verdade, continua a espantar-me a indiferença, a apatia da FENPROF e de Mário Nogueira – visíveis na reportagem inserida – em relação ao AO90, mais nítidas quando comparadas com o barulho, a histeria e por vezes até a violência que aquela e aquele colocam na contestação a outros aspectos da actividade (remunerações, carreiras, avaliações).
Também eu estou inteiramente de acordo com as palavras de Maria José Abranches. Um professor de Português que caninamente siga o AO90 não é professor de coisa alguma, muito menos de Português. É como um médico que recorre à bruxaria, ou um advogado que apela ao roubo, à vigarice.
Quanto ao livro de Nuno Rato (perdão) Nuno Crato, sugiro a Jorge Oliveira que o mantenha guardado em local limpo e seco, livre de outros ratos. Um dia poderá servir como exemplo da extrema facilidade que certas pessoas têm… em mudar de casaca.
«Ninguém será abatido, preso ou punido se não aderir às novas normas»… até 2015. Depois em 2015 a história já é outra.