João Braga subscreveu a ILC

João Braga nasceu em Lisboa (15 de Abril de 1945), mas ainda muito novo foi viver para Cascais, onde se tornou frequentador de retiros de Fado amador naquela zona: Galito, 1963; Estribo Clube e Cartola Bar, 1964. Mais tarde, com o regresso à capital, em 1966, estreou-se na Taverna do Embuçado, altura em que abandonou o curso de Direito.

O ano de 1967 marcou o começo da sua carreira musical, com a saída, em Janeiro, do seu 1º disco, “É Tão Bom Cantar o Fado”, editado pela Aquila, que lançou nesse ano mais 3 EP’s (“Tive um Barco”, “Sete Esperanças, Sete dias”, “Jardim Abandonado”) e 1 LP (“A Minha Cor”), o que lhe valeu actuar, pela primeira vez, num programa da RTP (“Alerta Está!”). Em 1969 lançou-se definitivamente, por via dos serões televisivos do Villaret (Zip-Zip). Um ano antes conhecera Luís Villas-Boas, que viria a tornar-se seu produtor (gravou mais 7 discos com ele, para a Philips) e com quem organizaria o 1º Festival Internacional de Jazz em Portugal (Cascais, 1971).

Entre 1977 e 1987 gravou mais sete álbuns: 2 para a Orfeu (“Canção Futura”, 1977, “Miserere”, 1978), um para a Valentim de Carvalho (“Arraial”, 1980), 3 para a Sassetti (“Na Paz do Teu Amor”, 1982, “Do João Braga Para a Amália”, 1984, “Portugal”, sobre a Mensagem, de Pessoa, 1985) e um para a SILOPOR (“O Pão e a Alma”, 1987).

A partir de 1990 centrou a sua actividade nos concertos e na composição musical, tendo, a partir desse ano, dado início à renovação do panorama fadista através de convites a jovens intérpretes para integrarem os seus concertos: Maria Ana Bobone, Rodrigo Costa Félix, Miguel Capucho, Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Mariza, Katia Guerreiro, Diamantina, Cuca Roseta, Joana Amendoeira, Gonçalo Salgueiro, Teresa Tapadas, Lina Rodrigues, entre muitos outros.

Ainda em 1990 gravou o seu 1º CD (“Terra de Fados”, Edisom, vendas superiores a 30 mil cópias), onde incluiu inéditos de Manuel Alegre, que pela primeira vez escreveu expressamente para um fadista. Mais um CD para a Edisom (“Cantigas de Mar e Mágoa”, 1991), um para a Strauss (“Em Nome do Fado”, 1994), outro para a BMG (“Fado Fado”, 1997), um para o BNC (“Dez Anos Depois”, 2001), outro para A Capital (“Fados Capitais”, 2002) e três para a Farol (“Cem Anos de Fado” vol. 1, 1999, vol. 2, 2001, e “Cantar ao Fado”, 2000). Desde então já saíram mais sete CD (compilações de discos anteriores) e entrou em dezenas de colectâneas. O seu último álbum, “Fado Nosso”, foi posto à venda em Julho de 2009, pela CNM.

Foram assim já editadas muitas dezenas de gravações suas (30 originais e para cima de 30 compilações), concebeu e/ou protagonizou cerca de 250 programas televisivos e radiofónicos, tendo escrito até à data aproximadamente 300 crónicas e um livro, com o segundo, sobre o seu percurso no Fado, a caminho.

Desde 1970 actuou em muitos países da Europa, África, Américas e foi distinguido com diversos prémios, destacando-se a Medalha de Mérito Cultural do Governo Português (1990, o único cantor de fado, até à data, assim galardoado), Prémio Neves de Sousa, atribuído pela Casa da Imprensa (1995), Medalha da Cruz Vermelha de Mérito (1996), Prémio de Carreira, da Casa da Imprensa (1999) e Comenda da Ordem do Infante Dom Henrique (2006).

João Braga subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.

Este é mais um perfil publicado na “galeria” de subscritores, activistas e apoiantes da ILC pela revogação do “acordo ortográfico”.

Nota: esta publicação foi autorizada pelo subscritor, que nos remeteu, expressamente para o efeito, a respectiva nota biográfica.

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