Carmindo Pinto de Carvalho é beirão, nasceu em Nagosa – Moimenta da Beira, em 1955. Tem como habilitações literárias a quarta classe do ensino primário. Foi agricultor, operário na construção civil, empregado num hospital psiquiátrico e cumpriu o serviço militar na Marinha. De espírito irrequieto e inconformado viajou por vários países e fixou-se na Suíça em 1985 onde ainda hoje trabalha numa fábrica de metalurgia. Tem como preferências literárias e musicais Ary dos Santos, Miguel Torga, António Gedeão, Aquilino Ribeiro, José Rodrigues dos Santos, mas gosta de ler “tudo que pode” e que apanha “à mão”. Na música, são os Genesis, Camel, Tangerine Dream, Barclay James Harvest, Supertramp, Doors, Pink Floyd, Uriah Heep, Deep Purple, Eric Clapton, mas ouve também música portuguesa, com destaque para os seus “queridos U.H.F”.
Carmindo Pinto de Carvalho apenas começou a escrever depois dos trinta anos e apesar dos seus quatro anos de “carteira e andarilho”, recusou-se escrever para a gaveta. Depois do “Entre o Ter e o Querer”, publicou; “Entre os Quês e os Porquês”, “Entre Ondas de Ar e Amar”, “Entre Olhos e Folhos”, “Conversas de Papel” e participou em várias Antologias; “Mensageiro da poesia Volumes I, II e III, “Da Outra Margem”, Edição Instituto Camões, “Elos da Poesia” e “Ecos da Poesia” lançado em Lisboa e no Brasil, “ELOS da POESIA Volume II” — “Dois Povos Um Destino”, “Entre Ondas de Ar e Amar” e “Entre Uis e Ais e Outras Coisas Mais”.
Carmindo Pinto de Carvalho é frontal, áspero, cáustico, duro, maldoso, mas também irrequieto e permanentemente inconformado e os seus poemas sempre actuais, falam das agruras da vida nas suas mais variadas vertentes e traduzem fielmente esse estado de espírito e ele é frontalmente contra o novo Acordo Ortográfico.
Subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do “acordo ortográfico”.
Este é mais um perfil publicado na “galeria” de subscritores, activistas e apoiantes da ILC pela revogação do “acordo ortográfico”.
Nota: esta publicação foi autorizada pelo subscritor. Perfil originariamente publicado AQUI.
5 comentários
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Acho que se podia fazer uma coisa:
Em cada entrada do metro poderia estar pessoal a recolher assignaturas das pessoas que se interessassem. Eu gostaria que isso acontecesse. Quero assinar a a ILC
@Osvaldo Carretas,
1. Para assinar e ficar já despachado basta imprimir o seguinte documento e assinar de acordo com as instruções que existem no próprio documento e enviar pelo correio. Para aproveitar o envelope e o selo junte mais umas quantas dos seus familiares e amigos 🙂
http://ilcao.com/docs/ilcassinaturaindividual.pdf
2. A ideia de recolher assinaturas na rua é boa. Já foi feita – salvo erro – em Coimbra. Olhe, enquanto isso não é feito, ajude e recolha a maior quantidade de assinaturas que lhe for possível. Amigos, familiares, amigos de amigos… crie um movimento à sua volta e divulgue o melhor que conseguir este projecto.
Acordo ortográfico
Mudam – se os tempos
Mudam – se as vontades
E ao sabor dos ventos
Mudam – se os nomes às ruas das vilas aldeias e cidades.
Já há muito que nasci
E desde que tenho dentes já muita côdea comi!
Mas para grande espanto uns senhores mandões
Agora querem ensinar – me a falar.
Pasmo e é de pasmar!
Tamanha barbaridade nem ao diabo iria lembrar.
Querem que coma os pês, os tês, os tiles e os ões
Temperados com os convexos sinais
Os marrecos circunflexos e outros mais!
Aprender, cada dia que passa quero algo mais aprender,
Aprender até morrer, mas meus senhores isto é desaprender!
Já li nas entrelinhas, já ouvi nas entre ondas do ar,
Só me falta aprender a nadar nos intervalos das ondas do mar.
Mas agora para um jornal ler
Tenho que ir para a escola aprender.
Recuso esta determinação tão drástica, pragmática,
Chamar arimética à aritmética, anistia à amnistia
É dar um pontapé um murro ou lá o que é na gramática.
Recuso este barrete enfiar,
Recuso este banquete que me querem presentear,
Chamem – me parvo burro
Rretrógrado e tudo
Que eu não me vou chatear.
Ah! Camões, Camões!
Para que andaste por aqui aos trambolhões?
Vem cá abaixo calar o pio e apertar o papo,
A estes vândalos pseudo culturais
Mamões, papões, de negócios de cifrões.
Talvez agora entendas, ó Camões!
Apreciei os os tês, os tiles e os ões
Apreciei a arimética à aritmética, anistia à amnistia…
Conclusão: apreciei tudo e sou totalmente contra o acordo ortográfico. Não precisamos que nos ensinem a escrever à laia do cara cara cara (pau. Não pode ser doutra maneira)
Senhor Osvaldo Carretas,
Recolha assinaturas em instituições de ensino (escolas,universidades,institutos de línguas), local que parece-me ser o mais apropriado; não o metropolitano.
Um bem-haja!