«Proxenetas da Língua Portuguesa», pela banda “Lulas Belhas”

Proxenetas da Língua Portuguesa

A diversidade da Língua Portuguesa –
aqui ou no Brasil
cada uma tem beleza
Não vou aceitar
esta tristeza.
Estão a mutilar-te
querida Língua Portuguesa
Doutores com sede
de protagonismo,
sede de dinheiro,
inchados de egoísmo,
inventaram um acordo
com corruptos cabecilhas –
violar a nossa Dama
por um prato de lentilhas.
1- exploração
2-prostituição
está no dicionário o que vocês são:
Proxenetas da Língua Portuguesa
“espectador” leva um c
no Brasil não leva não.
Não serei um “espetador”
por vontade de um cabrão
Variedade é qualidade.
Português não é fast-food
que sabe tudo ao mesmo
em Xangai ou Hollywood
Vós que violais
a nossa Dama indefesa
ao prostituir
a Língua Portuguesa:
Não serei mais um cúmplice
do vosso decreto
Escrever barbaridades –
prefiro ser analfabeto
1- exploração
2 prostituição
está no dicionário o que vocês são:
Proxenetas da Língua Portuguesa

Autor da letra: Miguel Falcão

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2 comentários

  1. Os vendilhões do Templo:

    Ou o negócio da Língua:

    Ou o absurdo acordo curdo:

    Ochôa, efectua teu text sem dó nem piedade

    tecla por tecla,

    olho por olho,

    dente por dente.

    Põe de lado teu fundo cristão,

    dá-lhes barbaramente a esses bárbaros que te matam.

    De azorrague, como fez teu amigo Cristo aos que se

    apossavam do templo sagrado para mercadejar mijinhas.

    A esses tansos calhaus estúpidos,

    que vos querem pôr,

    a começar pelas criancinhas aprendizes da Mãe Língua,

    o colete-de-forças do absurdo acordo curdo.

    O ACORDO OU O ARMAGEDON CURDO OU O FACTO DO FATO:

    OU O FATUM DO FATO:

    Em provas de hoje em diante,

    até chegarem bisnetos a berrar:

    AQUI D’EL REI! ESTAMOS NUS!

    Comparemos a portuguesa língua com um fato completo de

    senhora saia e casaco ou de homem calças colete casaco.

    Sempre a construir-se em fina fazenda.

    Agora, o fato está em provas.

    Com o dito cujo acordo curdo absurdo.

    Com finalidade perversa de dar-lhe ductilidade e maleabilidade, vai

    de mexê-lo, e mexê-lo.

    Cose aqui, cose acolá, pesponta aqui, pesponta acolá, pesponta

    acolá, descose aqui, descose acolá, descose aqui, descose acolá,

    alinhava aqui, alinhava-se acolá, desalinhava aqui, desalinhava-se

    acolá.

    Vamos para prová-lo e, ao tentar o vestir, rebenta-nos pelas

    costuras.

    Fazemos então uma triste figura, pior, uma ignóbil figura,

    falsamente compostos dos retalhinhos dos retalhinhos,

    embrulhados dos frios nessa espécie de mantinha

    alentejana, igual a muitas que vemos pelas feiras das vaidades.

    Este é o factum, pior, o post-factum.

    Facto do fato: Estamos nus, ou, piorzinho,

    revestidos com li-xo i-r-re-ci-clá-vel.

    Este o lado perverso sem reverso da cousa do cose-cose,

    cozinhado que nos dão a comer,

    quer tenhamos ou não vontade.

    Nos matam,

    empalamados do cu à língua.

    Matam-nos a todos.

    Nus, sem fato, descorçoados, eis-nos.

    Ochôa, Ângelo

    Manhã do 13/i/2012

    Vale!

  2. aguardo moderação vossa quanto a anterior comment, mas, fiquem certos, com vai para 50 anos de escrita em português, jamais me submeterei ao dito cujo «acordo»

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