«Como cidadão de Portugal, exijo…» [Rodrigo de Sá, correspondência com B.E.]

LIXO

 

Nota prévia

É de extrema importância política este reconhecimento expresso, por parte de um Partido que votou a favor da RAR 35/2008, quanto ao facto de continuarem a existir duas normas ortográficas da Língua Portuguesa apesar da entrada em vigor do AO90, por via daquela Resolução parlamentar, e a despeito de o fundamento básico do dito “acordo” ter sido a pretensa (e, como se vê, absolutamente falaciosa) “uniformização da ortografia“.

 

 

De: Rodrigo de Sá *********@gmail.com
Enviada: quinta-feira, 28 de Novembro de 2013 23:16
Para: Bloco de Esquerda
Assunto: Contacto

Viva,

Reparei que na vossa página está escrito a palavra “contato”.

De facto, “contato” é correcto segundo a grafia adoptada pelo Brasil.

Como cidadão de Portugal, exijo que os ditos representantes do Povo português escrevam em português de Portugal. O Povo, o mesmo que em dezenas de estudos mostram total discordância desta fraude política e atentado cultural que é o acordo ortográfico,

Exijo por isso que “contato” seja reposto para contacto.

Obrigado,

Rodrigo de Sá
professor na E.B.I. da Ribeira Grande

———————————————————————-

From: Bloco de Esquerda <gp_be@be.parlamento.pt>
Date: 2013/11/29
Subject: RE: Contacto
To: Rodrigo de Sá *********@gmail.com

Caro Rodrigo de Sá

Agradecemos o envio dos seus emails. Mereceram, da nossa parte, toda a consideração e ponderação.O diálogo com os cidadãos e a auscultação das suas opiniões são uma prioridade basilar da atividade política do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

O link dos contactos encontra-se disponível aqui: http://www.beparlamento.net/contactos

Pode continuar a contar connosco na defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos, na exigência do cumprimento, por parte do Estado, dos direitos constitucionalmente consagrados e na luta por um país mais justo, democrático e solidário.

Cordialmente,

Fabian Figueiredo
Assessor Parlamentar

———————————————————–

[Troca de correspondência reencaminhada para nós pelo autor da mensagem inicial, com autorização de publicação.]
[Montagem fotográfica de Rocío Ramos, via serviço Pho.to.]

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4 comentários

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    • Jorge Pacheco de Oliveira on 30 Novembro, 2013 at 2:41
    • Responder

    Pois sim… corrigiram o contacto, mas escrevem atividade…

    1. Caro @Jorge Pacheco de Oliveira,

      Mesmo assim, repare, é apenas “uma palavra” mas isso implica o reconhecimento de que existem duas normas ortográficas diferentes e não apenas a da patranha do “Português unificado”. Não é pequena vitória, pelo significado político desse reconhecimento. Trata-se agora de “só” conseguir que, visto terem assumido a diferença, sejam coerentes e a apliquem às demais “palavras”…

      A persistência costuma colher dividendos, como sabemos.

    • Luís Ferreira on 30 Novembro, 2013 at 11:41
    • Responder

    Não podemos desistir.

    É o que penso, é o que digo a toda a gente. Eles contam com o nosso desgaste, com o cansaço. Se formos mais fortes e, em pequenos gestos, vincarmos a nossa posição, acabamos por matar o monstro.

    Há coisa de uma hora, fui comprar um livro à Bertrand. Não o comprei até verificar se estava escrito em língua contranatura. Se estiver assim escrito, lamento mas não compro e vou à procura de uma edição com português certo.

    Dou-vos um exemplo. Há umas semanas ia comprar “A História de Uma Serva”, de Margaret Atwood. Voltei para casa sem livro. Pesquisei um bocadinho e descobri que já tinha sido publicado com o título “Crónica de uma Serva”, pela Europa-América, em português decente.

    Afinal, como quem não quer é exactamente quem lê, podemos, colectivamente, fazer muita pressão junto dos editores.

    • Jorge Teixeira on 2 Dezembro, 2013 at 14:16
    • Responder

    O problema é que em Portugal a persistência é por parte do poder que compra, ameaça, desgasta, chantageia, faz o que for preciso até que vença a resistência dos súbditos.

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