Transcrição do espantoso depoimento do Professor Doutor Anselmo Soares, Vice-Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, em audição (no dia 28 de Março p.p.) a convite do Grupo de Trabalho parlamentar sobre o Acordo Ortográfico.
A gravação integral desta audição está na página respectiva do “site” do Parlamento.
[Esta transcrição foi elaborada por um activista que prefere manter o anonimato.]
4 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
Cuido que o não haver comentários até agora é por termos todos ficado dem palavras com o que este acordita «equidistante» acabou por dizer do Acordo.
Cumpts.
A súbita decisão “política” de acelerar a aplicação do AO90 em Portugal parece cada vez mais um caso de “polícia”!
[offtopic, ou talvez não, porque talvez seja útil a quem um dia fizer um estudo deste assunto.]
Num livro[1] que aqui tenho, copio o seguinte excerto, que faz parte de uma carta que António Gonçalves Dias escreveu entre 1846 e 1854 a Pedro Nunes Leal, maranhense, que por volta de 1840 estudava em Coimbra:
«Em resumo:
1º A minha opinião é que ainda, sem o querer, havemos de modificar altamente o português.
2º Que uma coisa fica e deve ficar eternamente respeitada: a gramática e o génio da língua.
3º Que se estude muito e muito os clássicos, porque é miséria grande não poder usar das riquezas que herdamos.
4º Mas que, nem só pode haver salvação fora do Evangelho de S. Luís, como que devemos admitir tudo o que precisamos para exprimir coisas novas ou exclusivamente nossas.
5º E que, enfim, o que é brasileiro é brasileiro, e que cuia virá a ser tão clássico como porcelana, ainda que não a achem bonita.»
[1] – José Pedro Machado, “Ensaios Literários e Linguísticos”, Editorial Notícias, Lisboa, 1995.
[2] – http://pt.wikipedia.org/wiki/Gonçalves_Dias
Queriam um acordista para dizer amen e ele foi lá e partiu aquilo tudo! É assim mesmo. Só não tem coragem de dizer que se deve anular o AO90 por causa do triste papel que a “Academia” das “ciências de Lisboa” tem feito nisto tudo.