«Ninguém entende o acordo ortográfico» [Miguel Sousa Tavares, SIC]

Gravação disponibilizada no Youtube por “bottelho2” do comentário de Miguel Sousa Tavares sobre o AO90 no noticiário emitido em 22.05.12.

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6 comentários

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  1. Sejamos rigorosos. Se a SIC transcreve as palavras de Miguel Sousa Tavares (MST), que é publicamente assumido como contra o acordo, para respeitar o autor, deveria fazê-lo de acordo com o Português pré-acordo, uma vez que as palavras não são da SIC mas sim de MST.
    Assim, deveria estar escrito “Isto é um acto colonial ao contrário”.
    Eu ficaria extremamente ofendido se transcrevem as minhas palavras ao abrigo do novo acordo. Sendo contra o acordo, exijo que o que das minhas palavras for transcrito seja de acordo com o Português que considero ser o meu (pré-acordo).

  2. Falou bem, salvo na parte em que quis desculpar o Brasil confundindo o estado com a nação. Compreende-se a diplomacia. Mas nega-o logo que diz que é um acto colonial ao contrário. Não é precisa ser brilhante para perceber. Vê-se a quem interessa esta «maravilha» de português abrasileirado logo que se sabe quem foi o primeiro país a ratificar o execrável «acordo»; dois ínfimos arquipélagos atlânticos arvorados em potências pós-coloniais que se dispuseram a fazer número para tocar adiante o II.º protocolo modificativo são, em termos de idioma, as corruptelas que se imagina — em política o que parece, é, e o maldito «acordo» é um acto político. Vil, como os indignos mentores dele em Portugal, que se vendem por um prato de lentilhas. Ou quem sabe por um aventalinho, que inevitavelmente dará no mesmo. São mais repugnantes que um escarro, mais ínfimos que um perdigoto. São a vergonha que amortalha o cadáver em que tornaram Portugal.
    Com tudo isto, escrever «ato» por «acto» não deixa de ser de boçal ignorância ou de rastejante submissão. Qualquer das duas, na S.I.C. há muito quem deva orgulhar-se de o exibir.
    Cumpts.

  3. É triste ver que o único canal que escreve português decente é o Porto Canal… RTP, SIC, TVI’s, já é tudo a escrever “jato”, “cato”, “amidalites” e etc…

    O que é que os nossos governantes, perdão, PSEUDO-governantes viram naquele documento tão mal elaborado que até precisa de um Nota Explicativa tão grande que acaba por ser tudo menos uma Nota Explicativa…

    Obrigado ao MST, que não se rendeu à “moda” do Acordo, sim, agora é moda escrever “ator” e “diretor” sem repararem em falhas clamorosas como é a questão do “pára/para”, uma hifenização muito manhosa e a eliminação das consoantes que os iluminados dizem mudas…

    • Manuel Luís de Bragança on 24 Maio, 2012 at 19:51
    • Responder

    Caro Miguel,
    Comentar não chega, está na hora de agir. Há que tomar posição claramente contra a “mixórdia acordesa” assinando a Iniciatia Legislativa de Cidadãos pela suspensão imediata da Resolução de AR que implementou o AO/90.
    Democracia é isso mesmo: exercer a cidadania, como a Grécia ensinou à Europa há muitos, muitos anos.
    Um abraço,
    Manuel

    • Nuno Pontes on 29 Maio, 2012 at 9:12
    • Responder

    Srs. Com licença. Estou cá meio embaralhado por um pequeno “mistério”: estou de fato a pensar num fato e não sei se de fato visto um fato a pensar num fato ou se estou de fato a pensar no fato que vou vestir para ir ao alfaiate de fato a encomendar um fato… Isto de fato é um fato a dar mangas pra fato…ou não… De fato.

    • Maria José Abranches on 29 Maio, 2012 at 15:58
    • Responder

    Caro Nuno Pontes, por favor, não use argumentos inválidos: “facto” não muda para nós, com o AO, porque pronunciamos o “c” e isto apesar de no Brasil dizerem e escreverem “fato”!

    Quanto ao interesse do Brasil em toda esta desgraçada aventura, interesse que só triunfa porque há em Portugal quem se venda e venda o que não lhe pertence – a nossa língua, subscrevo inteiramente o comentário de Bic Laranja.

    E volto a citar (vd. aqui «Algumas dificuldades na “peça central”») uma declaração de Cavaco Silva em Timor-Leste:

    “Quando fui ao Brasil em 2008, face à pressão que então se fazia sentir no Brasil, o Governo português disse-me que podia e devia anunciar a ratificação do acordo, o que fiz”.

    O Presidente de Portugal a reconhecer que quem nos governa cedeu e cede à “pressão” do Brasil! Não sei que mais será preciso para ver, enfim, o que se mete pelos olhos dentro de qualquer um que não seja completamente cego!

    E, já agora: os adeptos mais ou menos encapotados do AO90 também tencionam impor-nos a Lei Nº 12.605, de 3 de Abril de 2012, “que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono”, nas próprias palavras da “PresidentA da República” do Brasil, e que “determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas”?

    Não está mal: por um lado, os políticos também já se permitem “opinar e regulamentar” em questões de gramática (o que virá a seguir?!…); por outro lado, o Brasil, mais uma vez, e está no seu direito, altera unilateralmente a sua língua (veja-se a reforma ortográfica da ABL em 1907) e depois vem a correr pressionar-nos para que façamos o mesmo! Continuará a haver quem possa duvidar de que a pretensa “uniformização” que justificaria o AO90 é a mais clamorosa falácia?!!!…

    Mas eu ainda gostava de ver o tal “jornalismo de investigação”, sério, a seguir a pista dos dinheiros envolvidos em todo este processo: e porque não começar pelo Ministério da Educação, muito especialmente na área do Português?!…

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