Maria do Carmo Vieira mora em Lisboa e é Professora de Português, tradutora, formadora, comentadora, activista e autora.
Publicou, entre outros trabalhos, aqueles que serão porventura os seus títulos mais conhecidos: O Ensino do Português (Relógio D’Água Editores) e A Arte, Mestra da Vida (Quimera Editores) .
Dedica-se activamente às questões relacionadas com a defesa da Cultura, da Educação, do Ensino Público e da Língua Portuguesa, intervindo regularmente em debates e entrevistas na televisão, na rádio e nos jornais.
Subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.
Maria do Carmo Vieira nasceu em Lisboa, em 1952. Licenciada em Filologia Românica, é mestre em Literatura de Viagens e professora do Ensino Secundário. Em 1985, ano da comemoração dos 50 anos da morte de Fernando Pessoa, criou, com os seus alunos de Português do 11.º ano, um movimento em defesa da preservação do Café Martinho da Arcada, de que resultou a sua classificação como de interesse público. Ainda com esses alunos e outros apoiantes do movimento, fundou em 1987 a Associação Pessoana dos Amigos do Martinho da Arcada (APAMA), a qual, entre outras iniciativas, promoveu o concurso para o projecto de restauro do velho café (1990). Foi também a APAMA que impediu a destruição do prédio da Rua Coelho da Rocha – última morada do poeta e actual Casa Fernando Pessoa –, alertando em 1988 a Câmara Municipal de Lisboa, que acabaria por classificar o prédio como de interesse concelhio. Como presidente da APAMA, coordenou, com Rui Mário Gonçalves, a publicação de Passo e Fico, como o Universo (Quimera, 1992), um livro de pintura de influência pessoana. É também autora de Sobre Fernando Pessoa – Drama em Gente e Percurso Pessoano por Lisboa (1993). Em jornais diários e semanários, tem publicado inúmeros artigos a propósito do ensino do Português.
[Transcrição do curriculum da autora publicado pela Quimera Editores]
Nota: esta publicação foi autorizada pelo/a subscritor/a.
3 comentários
Grato à Sr.ª professora Maria do carmo Vieira.
Precisamos de mais gente como ela.
Cumpts.
Parabéns à SRA. DRA. MARIA DO CARMO VIEIRA pela sua CORAGEM e LUTA contra o acordo ortográfico que mais não é do que um verdadeiro atentado à LÍNGUA PORTUGUESA.
Precisamos de mais pessoas com a mesma HONESTIDADE e FRONTALIDADE para continuarmos a lutar por esta GRANDE NAÇÃO que é PORTUGAL.
Cumprimentos.
Sobre Vieira e Vieira podemos dizer tudo, que tudo lhe serve e tudo lhe cabe. Naquilo que me diz respeito, e di-lo ao longo de 12 anos de dedicação de todos os meus tempos livres, a percorrer todos os manuscritos que nos deixou, permita-me que acrescente mais uma coisa: estou convencido, e não o digo de ânimo leve, de que Vieira não se opunha a que o façamos.
Efetivamente Vieira era um clássico, mas era simultaneamente um dos espíritos mais modernos que se se pode encontrar na cultura portuguesa. Era um homem essencialmente aberto às novidades, diria mesmo que tinha horror à estagnação, por isso usava os modernos smiles, e até enviava cartas com desenho de corações, usava estrangeirismos na correspondência, era um ouvido atento às línguas, não a uma língua em particular. Pessoa chamou-lhe o Imperador da Língua Portuguesa, é redutor; diria que é o Imperador da Língua viva.
Não pretendo discutir aqui os exageros e algumas aberrações do Acordo, ou as politiquices dos PALOP, pretendo contestar armas de arremesso, e Vieira não é arma de arremesso que sirva a esta acusação, antes pelo contrário.
E, já agora, aconselho uma leitura atenta dos originais, a começar pelo uso do verbo haver e pode ser que surjam muitas surpresas em relação a algumas das alterações que o dito Acordo veio introduzir.
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