SPA não adopta o novo acordo ortográfico perante as posições do Brasil e de Angola sobre a matéria
A SPA continuará a utilizar a norma ortográfica antiga nos seus documentos e na comunicação escrita com o exterior, uma vez que o Conselho de Administração considera que este assunto não foi convenientemente resolvido e se encontra longe de estar esclarecido, sobretudo depois de o Brasil ter adiado para 2016 uma decisão final sobre o Acordo Ortográfico e de Angola ter assumido publicamente uma posição contra a entrada em vigor do Acordo.
Assim, considera a SPA que não faz sentido dar como consensualizada a nova norma ortográfica quando o maior país do espaço lusófono (Brasil) e também Angola tomaram posições em diferente sentido. Perante esta evidência, a SPA continuará a utilizar a norma ortográfica anterior ao texto do Acordo, reafirmando a sua reprovação pela forma como este assunto de indiscutível importância cultural e política foi tratado pelo Estado Português, designadamente no período em que o Dr. Luís Amado foi ministro dos Negócios Estrangeiros e que se caracterizou por uma ausência total de contactos com as entidades que deveriam ter sido previamente ouvidas sobre esta matéria, sendo a SPA uma delas. Refira-se que também a Assembleia da República foi subalternizada no processo de debate deste assunto.
O facto de não terem sido levadas em consideração opiniões e contributos que poderiam ter aberto caminho para outro tipo de consenso, prejudicou seriamente todo este processo e deixa Portugal numa posição particularmente embaraçosa, sobretudo se confrontado com as recentes posições do Brasil e de Angola.
Lisboa, 9 de Janeiro de 2013
[Transcrição integral de notícia da Sociedade Portuguesa de Autores]
Ver quadro de entidades, organismos, empresas e órgãos de comunicação que recusam expressamente o AO90: https://ilcao.com/?page_id=7530
[Os nossos agradecimentos a António de Macedo (via email) e a Paula Blank (via mensagem) por nos terem alertado para esta (excelente) notícia.]
7 comentários
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Texto Esplendoroso!
Excelente notícia, sem dúvida. A onda de resistência à caldeirada ortográfica que resultou do infeliz AO90, não pára. Salta à vista (e ao ouvido) que este acordo não faz sentido e que, por isso, tem os dias contados. Se tem os dias contados não pode ser levado a sério, nem aplicado. A SPA está, pois, de parabéns! Esperemos que outros (instituições, jornais, editores…) tenham a mesma coragem e digam, de uma vez por todas, Não ao Acordo Ortográfico!
BRAVO!
Muito bem!
… Este pode ser o início de um ciclo decisivo! Parabéns à SPA, e obrigada!
É o princípio do fim deste disparate aberrante.
Mais que nunca é necessário intensificar a luta contra esta coisa do AO90
Uma boa e prestigiante decisão, para a nossa língua e a nossa cultura e, por conseguinte, para todos nós! Oxalá sirva de estímulo para todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, vivem e existem pela palavra escrita! Obrigada!
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