CPLP
VII REUNIÃO DE MINISTROS DA EDUCAÇÃO DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA
Luanda, 30 de Março de 2012
DECLARAÇÃO FINAL[…]
No quadro da aplicação e ratificação do Acordo Ortográfico de 1990, pelos Estados Membros da CPLP
Reconhecendo que:
– O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é uma ferramenta em que todos os Estados Membros estão empenhados e que representa uma verdadeira contribuição para a promoção e defesa da Língua Portuguesa no espaço da CPLP e no Mundo;
– A aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 no processo de ensino e aprendizagem revelou a existência de constrangimentos que podem, no futuro, dificultar a boa aplicação do Acordo;
– Há necessidade de se estabelecer formas de cooperação efectiva entre a Língua Portuguesa e as demais línguas em convívio nos Estados Membros;
– Existe exiguidade de recursos financeiros para a elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais nos Estados Membros que ainda não o conceberam;
2. Recomendar ao Secretariado Executivo da CPLP que, no âmbito do Acordo Geral de Cooperação no concernente à defesa e promoção da língua, se formatem projectos a serem financiados pelo Fundo Especial da CPLP e/ou, por outros fundos adstritos ao desenvolvimento da cooperação no âmbito nacional, bilateral e multilateral, com vista à elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais;
3. Incumbir o Secretariado Técnico Permanente (Portugal/ Angola/Moçambique) para, junto e com o apoio do Conselho Científico do IILP e de instituições académicas dos Estados Membros, proceder a:
3.1. Um diagnóstico relativo aos constrangimentos e estrangulamentos na aplicação do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa de 1990;
3.2. Acções conducentes à apresentação de uma proposta de ajustamento do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa de 1990, na sequência da apresentação do referido diagnóstico.[…]
[Ver texto completo deste documento.]
constrangimento
s. m.
1. Acto de constranger.
2. Violência que tira liberdade de acção.
3. Acanhamento, embaraço.
estrangulamento
(estrangular + -mento)
s. m.
1. Acto ou efeito de estrangular. = ESTRANGULAÇÃO
2. Estreitamento.
3. Aperto, constrição.
7 comentários
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O quê?? Há “constrangimentos” no processo de ensino e aprendizagem?? E até mesmo “estrangulamentos” na aplicação daquela maravilha? É lá possível uma coisa dessas…… 😉
“2. Recomendar ao Secretariado Executivo da CPLP que, no âmbito do Acordo Geral de Cooperação no concernente à defesa e promoção da língua, se formatem projectos a serem financiados pelo Fundo Especial da CPLP e/ou, por outros fundos adstritos ao desenvolvimento da cooperação no âmbito nacional, bilateral e multilateral, com vista à elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais;”
Pois parece-me que é melhor irmos preparando os bolsos que a gula dos acordeses africanos quer dinheiro do nosso para lhes pagar os “projectos” que lhes farão passar o “constrangimento”.
Por mim era: ai querem o acordês? Então paguem-no vocês. Que já nos basta que andamos a pagá-lo por cá e aos milhões.
E mais, eu só pago se for para acabar com ele cá. E os africanos e os brasileiros que façam o que quiserem com o acordês deles. E paguem-no, que nós também andamos a pagar o nosso, e bem caro.
O facto de esta declaração final não estar escrita segundo o AO90 é elucidativo sobre os tais estrangulamentos e constrangimentos que este experimenta noutras latitudes que não as dos nossos (des)governantes.
Alguém me diz como funciona o Fundo Especial da CPLP que irá financiar “a elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais”; onde funciona e quem o administra; valores próprios do Fundo; custo provável dos celebrados Vocabulários, respectivos autores, prazo de execução e todos os pormenores que as putativas vítimas do AO90, (todos os portugueses!) têm o direito de conhecer.
Lembro que o senhor PM prometeu acabar com as PPP, as falsas fundações e os organismos notóriamente inúteis, nos quais, enquanto não esclarecido, me permito incluir a CPLP. A crise é patente e não podemos pagar os erros dos outros. O AO90 é um aborto caríssimo, um custo desnecessário, uma megalomania de poucos.
Vale a pena ler a carta que a mãe de uma aluna enviou ao Ministro da Educação, conforme se pode ler em notícia no PÚBLICO de hoje:
http://static.publico.pt/docs/educacao/carta.pdf
Só é lamentável que os nossos governantes não tenham cultura e sentido da língua pátria para compreenderem o mal e o desgaste que esta monstruosidade está a provocar, e consintam na devastação apenas para defenderem interesses político-económicos mais que duvidosos.
Infelizmente, a maioria das pessoas e dos profissionais a quem isto afecta (tradutores. professores, produtores de conteúdos literários, etc.) parece apática, praticamente não reage, e vai engolindo sem pestanejar o veneno que este cancro destila. Um cancro que continua a avançar com metástases cada vez mais espalhadas, qualquer dia não haverá quimioterapia ou radioterapia que valha ao pobre organismo pátrio!
Mas… Tirando umas quantas e honrosas excepções, a sensação que dá é que se instalou uma espécie de aceitação resignada dum mal de que muitos nem se dão conta, como se fosse mais um pequeno incómodo a somar a tantas outras fatalidades inevitáveis…
@Meireles da Graça
Pois é isso mesmo que me preocupa. Cheira-me que o “constragimento” é acordês para “quem paga os custos da adopão do AO em Angola são os tugas”. Por mim, acaba-se também com a CPLP. A lingua é nossa, não precisamos deles nem de acordeses.
Gostaria que explicassem a lógica de oito países membros da CPLP debaterem o Acordo Ortográfico com nase no Protocolo Modificativo II, qu estabelece que se três países adotarem o Acordo, vale para todos. Só no Brasil, enquanto a Academia Brasileira de Letras elaborou o VOLP, ficaram fora e não foram consultadas: a Academia Brasileira de Filologia, a Associação Brasileira de Linguística e especialistas das diversas universidad brasileiras.
PS. Enquanto a Academia Brasileira de Letras tem apenas dois Filólogos: a saber, Evanildo Bechara e Domício Proença Filho, a Academia Brasileira de Filologia e a Associação Brasileira de Linguística são compostas apenas por especialistas da linguagem.