A «Coleção Klássicos»: 10 perguntas de um cidadão

Release Date 02 de Novembro de 2011
Genre Ficção | Poesia
Description 100 anos após a reforma ortográfica de 1911, acreditamos que o valor e o “ativo” da Língua Portuguesa é algo que justifica uma aposta firme na divulgação e no reforço da nossa Cultura e da nossa Língua.

Assim, e neste inicio de ano letivo em que, quer alunos, quer cidadãos, quer inúmeras empresas estão a adotar e a adaptar-se ao novo acordo ortográfico, A Bela e o Monstro lança uma coleção de 26 Clássicos fundamentais da Literatura Portuguesa “revisitados” à luz da nova ortografia.

É antes de mais, e principalmente, uma homenagem às Letras, à Língua Portuguesa e um tributo aos Autores e às suas Obras.

São 26 títulos que represetam as 26 letras do novo alfabeto que já inclui o K, o W e o Y.

As Obras e os Autores são apresentados pela Professora Isabel Pires de Lima.

Esta iniciativa editorial conta com os patrocínios institucionais de:

* Biblioteca Nacional de Portugal
* Associação de Professores de Português (responsável pela revisão ortográfica)
* Plano Nacional de Leitura (todos os livros tem a sua recomendação)
* Instituto Camões
* Ministério da Educação e da Ciência

O parceiro principal deste projeto é a RTP, responsável pela divulgação desta iniciativa nos seus diversos canais nacionais e internacionais. A Coleção Klássicos está também associada ao programa “Cuidado com a Língua” (RTP1), programa de serviço público que divulga o nosso património linguístico.
Publisher A Bela e o Monstro, Edições Lda

[Transcrição integral da “Info” da página da “Coleção Klássicos no Facebook.]

1. Quanto custa cada um destes anúncios de página inteira que estão a ser publicados diariamente em mais do que um jornal nacional?
2. Qual é o custo total previsto para esta campanha publicitária na imprensa escrita?
3. Quanto custou a produção deste anúncio para imprensa escrita?

4. Quanto custa por segundo este anúncio de 23 segundos que está a passar diariamente, em diversos horários, em mais do que um canal de televisão?
5. Qual é o custo total previsto para este “spot” publicitário televisivo?
6. Quanto custou a produção deste “spot” publicitário?

NIF: 509748376
CAE: 58110
Início de Actividade: 02-02-2011
Estado: Activa
Entidade: A Bela e o Monstro, Edições Lda
Nome Comercial: A Bela e o Monstro, Edições Lda
Morada: Rua do Limoeiro, Nº 7, 2º
Localidade: Lisboa
Código Postal: 1100-308 LISBOA
Actividade: Actividades de Informação e de Comunicação
Categoria: Edição de Livros
Apresentação: Concepção, Produção, Edição e Publicação de Artigos Multimédia. Promoção e Divulgação de Artigos de Arte, Criação, Desenvolvimento e Produção de Conteúdos Editoriais a Ser em Distribuídos por Qualquer Tipo de Suporte

Informação de Link B2B

7. Como se justifica ter sido a esta e não a qualquer outra Editora que foi adjudicada a publicação da “Coleção Klássicos” sabendo-se que esta empresa iniciou a sua actividade em Fevereiro do corrente ano de 2011, ou seja, há apenas nove meses?
8. Houve concurso público para o efeito?
9. Onde estão publicados os resultados desse concurso? Ou a adjudicação foi por “ajuste directo”? Se foi por “ajuste directo”, isso não aparece – nesta data – no respectivo “portal” governamental.

a) Site da Editora “A Bela e o Monstro”: (em construção nesta data) http://www.abelaeomonstro.pt/
b) Página da Editora “A Bela e o Monstro” no serviço Youtube: 1 único vídeo, o mesmo que está em cima, neste “post”. Data de adesão ao serviço: 31.10.11.

10. Quais foram os critérios de escolha desta Editora em detrimento de outra qualquer, já que não é possível localizar através de motor de busca um único livro publicado pela empresa “A Bela e o Monstro – Edições, Ldª”?

Responda quem de direito ou quem souber.

O cidadão
João Pedro Graça

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20 comentários

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  1. Perguntas pertinentes, mas que ninguém faz! Aplaudo a iniciativa! E se não lhe responderem, sugiro começarmos todos a encher-lhes a caixa de correio com as perguntas certas até que nos informem daquilo que temos direito de saber. E quanto à tal austeridade… Não para a vergonhosa publicidade do ‘desacordo’ aparentemente…

    • Paulo Ramos on 7 Novembro, 2011 at 23:47
    • Responder

    Como todos pagamos, directa ou indirectamente, à RTP, temos o direito de saber não só como foi feito o negócio entre a RTP e a editora em causa, mas também os valores envolvidos.

  2. Segundo o RELATÓRIO DA “E-INFORMA” (5 relatórios disponíveis gratuitamente “online”, a título experimental)… E limito-me a transcrever (reservo as conclusões para quem queira tirá-las…):

    DADOS GERAIS – Identificação
    Razão Social: A BELA E O MONSTRO, EDIÇÕES, LDA
    Outras Denominações: Não
    Morada: RUA DO LIMOEIRO, 7 2º
    Localidade: LISBOA
    Código Postal: 1100-308
    Endereço Postal: LISBOA
    Concelho: LISBOA
    Distrito: LISBOA
    Forma Jurídica: Sociedade por Quotas

    ESTRUTURA LEGAL E CAPITAL
    — Dados de Constituição:
    Data Constituição: 02/02/2011
    Conservatória Inicial: 1ª Conservatória do Registo Comercial de Lisboa
    Data Início Negócios: 02/02/2011
    — Dados Estrutura Actual:
    Data Registo: 02/02/2011
    Conservatória Actual: 1ª Conservatória do Registo Comercial de Lisboa
    Forma Jurídica: Sociedade por Quotas
    Forma de obrigar: Com a intervenção conjunta de dois gerentes.
    — Capital:
    Capital Social: 5.000 €

    ESTRUTURA CORPORATIVA – GESTORES & EXECUTIVOS
    — PRINCIPAIS GESTORES
    —— SÓCIO GERENTE: JOÃO FRANCISCO REIS BARRADAS PINTO DE SOUSA – Ligações a outras entidades:
    * CINE-TUGA, UNIPESSOAL, LDA como Sócio Gerente,
    * TUGALAND – EDIÇÕES MULTIMEDIA, LDA como Sócio Gerente,
    * CORDASECA – PROMOÇÃO, DIVULGAÇÃO E EDIÇÕES DE ARTE, S.A. como Presidente do Conselho de Administração.
    —— SÓCIO GERENTE: MARIA JOÃO SERRA RIBEIRO DA SILVA
    — ACCIONISTAS/SÓCIOS
    Accionista/Sócio Valor Participação % Participação
    João Francisco Reis Barradas Pinto de Sousa 4.000 € 80 %
    Maria João Serra Ribeiro da Silva 1.000 € 20 %

    INFORMAÇÃO COMERCIAL
    — ACTIVIDADE – Actividade Principal:
    CAE: 58110 – Edição de livros
    Concepção, produção, edição e publicação de artigos multimédia. Promoção e divulgação de artigos de arte, criação, desenvolvimento e produção de conteúdos editoriais a ser em distribuídos por qualquer tipo de suporte.
    — EMPREGADOS – Total de Empregados: 1

    PUBLICAÇÕES LEGAIS E IMPRENSA
    — LEGAIS
    —— Constituição
    Data Publicação: 02/02/2011
    Data Registo: 02/02/2011
    Data Apresentação: 02/02/2011
    Conservatória: 1ª Conservatória do Registo Comercial de Lisboa
    Fonte: Ministério da Justiça

    — FIM DE CITAÇÃO —

    • Talvez... on 8 Novembro, 2011 at 20:58
    • Responder

    Mas que vergonha é esta?
    Já alguém mandou isto ao Provedor de Justiça ou à RTP?

  3. “Já alguém mandou isto (…) à RTP?” LOL LOL LOL
    Boa piada!!! ROFL

  4. Agora outra transcrição… Do “link”:
    http://www.insolvencia.pt/insolvencias/6228-tugaland-edicoes-multimedia-lda.html

    TUGALAND – Edições Multimédia, Lda.

    sexta, 21 Outubro 2011 16:21 — escrito por Insolvência

    anúncio n.º 15248/2001
    Insolvência de pessoa colectiva (requerida)
    Processo n.º 838/11.3TYLSB
    Requerente: PLANIMAGEM – Publicidade, Unipessoal, Lda.
    Insolvente: TUGALAND – Edições Multimédia, Lda.
    Publicidade de sentença e notificação de interessados nos autos de insolvência acima identificados

    No Tribunal do Comércio de Lisboa, 3.º Juízo de Lisboa, no dia 21-09-2011, ao meio-dia, foi proferida sentença de declaração de insolvência do devedor: TUGALAND – Edições Multimédia, Lda., NIF – 508111170, Endereço: Rua do Limoeiro, 7, 2.º Lisboa, 1100-308 Lisboa, com sede na morada indicada.

    Para Administrador da Insolvência é nomeada por despacho de 04/10/2011 em substituição do anterior a pessoa adiante identificada, indicando-se o respectivo domicílio: (…)

    São administradores do devedor: João Francisco Reis Barradas Pinto de Sousa, Endereço: (…), a quem é fixado domicílio na morada indicada.

    Conforme sentença proferida nos autos, verifica-se que o património do devedor não é presumivelmente suficiente para satisfação das custas do processo e das dívidas previsíveis da massa insolvente, não estando essa satisfação por outra forma garantida.

    (…)

    — FIM DE CITAÇÃO —

    1. Exacto. Com o nome completo fui dar a esse endereço. E com o número de contribuinte fui dar a este: http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/AjusteDirecto/Detail.aspx?idAjusteDirecto=178440&lk=srch

      No Facebook, outra pessoa descobriu também o processo de insolvência publicado no DR: http://dre.pt/pdf2sdip/2011/10/203000000/4194641946.pdf

  5. RTP & “Corda Seca” & João Pinto de Sousa:
    http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=20643&e_id=&c_id=1&dif=tv

  6. João Pinto de Sousa / Corda Seca com “Rio Turvo” (de Edgar Pêra), no Festival INDIE Lisboa:
    http://www.indielisboa.com/movie_detail.php?movie=6189&lang=1

    • Paulo Ramos on 8 Novembro, 2011 at 23:43
    • Responder

    Agora como é que uma empresa falida pode pagar anúncios na RTP que custam uma fortuna? E como é que instituições como a Biblioteca Nacional e o Instituto Camões pactuam/apoiam uma empresa falida? Acho que não estou a perceber nada deste negócio…

  7. Caro Paulo Ramos:
    Trata-se da mesma pessoa, mas não se trata da mesma empresa…
    A empresa que faliu é a TUGALAND – Edições Multimédia, Lda.
    A empresa novinha-em-folha que se estreia com esta lamentável “Koleção de Klássicos oh pá, meu…” é A BELA E O MONSTRO, EDIÇÕES, LDA…
    Ahhhh… com a curiosidade de funcionarem na mesma sede, claro…
    Será uma “bela” editora? Ou esconde-se algum “monstro” neste estranho contrato?

    1. Na “ficha” da “coleção” constam as duas, presumo que cada qual com seu “pelouro” (edição em papel, produções multimédia). O próprio Nuno Pacheco, do Público, diz que recebeu o 1º volume com tralha digital sortida.

  8. Espero bem que o jornal “Público”, além de se manter como paradigma da “resistência ortográfica” no panorama dos meios de comunicação nacionais, possa demonstrar que ainda existe verdadeiro Jornalismo-de-Investigação em Portugal…! 🙂

    • Gisela Pereira on 9 Novembro, 2011 at 4:36
    • Responder

    Só com 1 empregado, “A BELA E O MONSTRO”, fez um trabalho e tanto – conseguiu o convénio Entidades com poder.

    • Manuela Carneiro on 9 Novembro, 2011 at 12:22
    • Responder

    O erário está a patrocinar esta babaquice. Coisinho?? meu?? isto vai de mal a pior. Alguns, em Portugal, estão com frisson para o acordo andar rápido, acham que vão vender muitos livros no Brasil. Com licença : ahahahahahhahaahha

    • Manuela Carneiro on 9 Novembro, 2011 at 12:36
    • Responder

    Esqueci de dizer que a propaganda é muito feia. “Klássicos” pois sim..

  9. Este Pinto de Sousa terá que ver com outro?
    Cumpts.

  10. http://www.destak.pt/artigo/40833
    Mais da teia do monstro Pinto de Sousa. A bela, a sócia, diz que é designer. O anúncio dos klássicos meu coisinho pá é bem o caso da bela designer que pariu um monstro. Como tudo isto encaixa no roubo do 13.º mês aos reformados…
    Cumpts.

    • Maria José Abranches on 10 Novembro, 2011 at 17:29
    • Responder

    Obrigada pelo trabalho de pesquisa e divulgação da face escondida destas coisas…
    A vandalização do nosso património cultural vai de vento em popa! “Eles” não recuam perante coisa nenhuma, agora são os “Clássicos” (os melhores de todos os tempos, os que merecem ser imitados, que são dignos de ser estudados na “classe”)!
    É que, para a “internacionalização” da língua do Brasil, convém que o que nós fomos e somos desapareça! Um povo jovem e dinâmico não precisa da História (e por conseguinte da “etimologia”) para nada! Aliás, na informação sobre a europalia.brasil, nós não existimos, somos “colonos europeus”, como os outros…
    Também penso que há aqui ampla matéria para um jornalismo de investigação sério… Não há dinheiro para professores de Português no estrangeiro (cerca de 2000 alunos à espera, segundo notícia recente do “Público”), mas para a promoção do AO não tem faltado: Fundo da Língua Portuguesa, RTP, LER+, Instituto Camões, BNP, Sec. de Estado da Cultura, MEC, MNE, etc… – quanto soma tudo isto, incluindo viagens, encontros, conferências, jantares, etc. (em tempo de crise para todos nós)? E quantos, como os desta miserável “Coleção”, sem esquecer a Porto Editora (que tanto tem colaborado com a RTP) se vêm governando à sombra do AO?
    Fiquei também estupefacta com a colaboração da Prof.ª Isabel Pires de Lima, que tantas objecções fez ao AO, num artigo publicado no DN a 2 de Junho de 2008: «Em favor da revisão do Acordo Ortográfico:três ordens de razões “culturais”»…

  11. Um conjunto de perguntas muitíssimo pertinentes, caro João.

    Se foi por “ajuste directo”, isso não aparece – nesta data – no respectivo “portal” governamental.
    Talvez seja necessário procurar por “ajuste direto”…

    A seguinte informação, muito a propósito, é também extraordináriamente esclarecedora quanto ao modo operacional da empresa e quanto à qualidade do seu produto:

    (…) Ligações a outras entidades:
    * CINE-TUGA, UNIPESSOAL, LDA como Sócio Gerente,
    * TUGALAND – EDIÇÕES MULTIMEDIA, LDA como Sócio Gerente,

    “Ó admirável mundo novo que tais criaturas produziste!”

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