«Muita gente acha que a língua deve ser unificada. Não! A língua deve ser DIVERSIFICADA. Porque a língua está a serviço da sociedade. A língua acompanha a História dos povos e das pessoas que as falam. Por isso é que a língua é um património que deve ser burilado, um património que deve ser respeitado porque é um dos símbolos da nacionalidade.»
EVANILDO BECHARA
Vídeo de Fantástico/CanalF/Globo.com
(ouvir no vídeo, cerca dos 04:40 m)
[“click” em baixo para ouvir a gravação]
Evanildo Cavalcante Bechara (Recife, 26 de fevereiro de 1928) é um professor, gramático e filólogo brasileiro.
É membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra. Professor Titular e Emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), além de titular da cadeira nº 16 da Academia Brasileira de Filologia e da cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras.[Transcrição de entrada WikiPedia.]
«Evanildo Bechara, académico da Academia Brasileira de Letras e promotor do Acordo Ortográfico no Brasil.» (Wiki)
«O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional que tem por objectivo criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa.» (wiki)
3 comentários
O Sr. Bechara pensou bastante e resolveu que a unificação dava mais lucro. Venda de livros escritos por ele para explicar…nada.
O Prof. Bechara escreveu um texto, em 2008, juntamente com Malaca Casteleiro e
outros, que pretendia responder à petição dirigida ao P.R.e à Assembleia da República
contra o AO90. No texto, sob o título ” Considerações em torno do Manifesto-Petição dirigido a (…) contra o Novo Ortográfico de 1990 ” e divulgado no âmbito do 3º Encontro Açoriano da Lusofonia, os autores chegam à seguinte conclusão: “«as falhas que se podem apontar no Acordo Ortográfico, facilmente sanáveis, não devem impedir que a língua escrita portuguesa perca a oportunidade de se inscrever no rol daquelas que conseguiram unificação no seu sistema de grafar as palavras» (citado, p.ex., em :
http://www.farcb.com/jornalsantamarinha2/index.php?option=com_content&view=article&id=735%3Aconferencia-sobre-acordo-ortografico&Itemid=60 ). Este texto aparece habitualmente referenciado no site
em ” Ciberdúvidas da Língua Portuguesa” mas é difícil de encontrar em pesquisas mais
recentes…
Ora, o Prof. Evanildo Bechara não mudou, obviamente, de ideias! O que ele diz sobre
a diversidade da língua no Canal F ( Fantástico ) da “Globo” tem um outro contexto; refere-se a aspectos muito mais abrangentes da língua e surge a propósito de uma conversa orientada pelo jornalista sobre as palavras de origem estrangeira e a sua relação com a língua portuguesa ( no Brasil, em especial )…Isto é: Bechara não diz
nada de novo e que se reflicta propriamente no seu conceito de necessidade e valor da
unificação da grafia tal como a tem defendido!… Vejam o vídeo completo, em :
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,VV1593021-18429,00.html ( Canal F – todos os Vídeos – este com cerca de 5.25 m) e penso que ficaremos bem melhor
esclarecidos. Cumprimentos a todos que defendem aa ILC. Jose Alcino
Interessante é a posição de Evanildo Bechara em entrevista ao “Público” – a 21/6/2010 -em que diz: ” (…) uma mudança ortográfica não é para a geração que a faz. É para a
geração futura.” No entanto, mesmo que a ideia seja correcta, há que recordar que quem ensina, p.ex., e não apenas esses, as novas regras ortográficas, e tendo em
conta a geração a que pertence, tem interiorizada – mesmo se outras razões não existissem – uma vivência da Língua Portuguesa que pode tornar extremamente
difícil , não apenas a utilização (*) mas muito em particular o ensino deste acordo.
Portanto, segundo, o Prof. Bechara, poderíamos estar descansados: o acordo não seria para a maior parte de nós…
Só que existem muitos outros motivos que nos impedem de aceitar este acordo, naturalmente !…
A entrevista pode ser consultada aqui: [http://www.ciberduvidas.com/idioma.php?rid=2207 ].
Mesmo discordando da maior parte das ideias do Prof. E. B. aí apresentadas – até porque
o acordo ( AO90 ) tem consequências diferentes para o português do Brasil e para o português de Portugal – a entrevista tem o seu interesse, talvez e sobretudo para
nos situarmos e manifestarmos perante as questões abordadas.
((*) que em vários casos e circunstâncias irá ser obrigatória ! )
J. Alcino
[editado a pedido do autor; corrigidas duas “gralhas”.]