«O abastardamento de uma Língua» [Miguel Sousa Tavares, “SICN”, 13.05.15]

Nesta brevíssima intervenção, num dos serviços noticiosos da SICN do passado dia 13, Miguel Sousa Tavares chama os bois (acordistas) pelos nomes. Sem nunca os referir expressamente, é claro, mas todos nós sabemos quem são os ungulados. E o que estão a tentar fazer.

«É um dia muito deprimente, como são todos os dias em que vemos a estupidez impor pela força o que não consegue impor pela razão. Mas é também um dia de traição à pátria. Porque a nossa Língua é a nossa pátria, como explicou o Pessoa, e ao que hoje assistimos (se é que o “acordo” entra hoje em vigor ou não, completamente), ao que hoje assistimos é o abastardamento de uma Língua que trabalhámos durante oito séculos, que é instrumento de trabalho para muitos portugueses, que é meio de comunicação entre muitas comunidades portuguesas e que, pela vontade de uns quantos loucos, pela arrogância de uns quantos se impôs a todos eles.»
Miguel Sousa Tavares

Nota: a publicidade é inserida no vídeo automaticamente a partir da origem, ou seja, pelo canal de TV “SIC Notícias“.

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2 comentários

  1. afinal o acordo entrou em vigor, ou não? Ouvi dizer que não, mas gostaria de saber. Não que isso tenha interesse para mim porque não tenciono usar, mas gosto de estar informada porque me irritam os “risquinhos” encarnados por baixo do que escrevo!

    • Jorge Pacheco de Oliveira on 16 Maio, 2015 at 22:52
    • Responder

    A questão não se restringe a saber se o AO entrou ou não em vigor. A questão é perceber por que razão a data de entrada em vigor do AO não foi assinalada com uma sessão solene na Assembleia da República, com a presença do Sr. Presidente da República e do Governo.

    De facto, era o mínimo que se poderia esperar no momento em que entra em vigor uma realização que tem sido apontada pelos órgãos de poder, e por isso imposta, como de grande interesse estratégico para o país.

    Acontece que o AO introduz várias alterações de fundo na ortografia da língua que é definida na Constituição como a língua oficial do nosso país. Pode ser que muitos não tenham presente, mas a verdade é que a terceira alínea do artigo 11º da nossa Constituição diz expressamente que “A língua oficial é o Português”. Esta alínea foi introduzida mediante a revisão constitucional promulgada pela Lei Constitucional n.º 1/2001, de 12 de Dezembro.

    Ora, a data de entrada em vigor do AO só não foi celebrada pelos órgãos de poder por uma razão simples : a imposição do AO é um acto de cobardia praticado por um colecção de políticos sem préstimo que se aperceberam da rejeição do AO pela esmagadora maioria dos portugueses com um mínimo de literacia, tendo, por isso, andado vários anos a empurrar o assunto de uns para os outros. Quando chegou a hora da verdade nenhum deles teve coragem para aparecer a dar a cara. E isto aplica-se a todos os partidos do chamado arco da governação. Estamos muito mal governados, lá isso estamos.

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