▶ Teolinda Gersão fala sobre o AO90 na “Antena 1”

Neste “debate”, emitido pela RDP – Antena 1 no dia 3 de Maio 2015 (com repetição no Domingo seguinte), a escritora Teolinda Gersão confronta o chamado “pai” do “acordo ortográfico”, Malaca Casteleiro. Visto que se trata de um “debate”, com inúmeras interrupções de parte a parte, transcrevemos em formato de entrevista apenas as intervenções de Teolinda Gersão. Os “links” e destaques são, obviamente, de nossa responsabilidade.

 

RDP: Teolinda Gersão, olhando a Língua nesta perspectiva história e evolutiva: crê que há necessidade, que havia necessidade, de a legislar? De a modificar através de Lei?

Teolinda Gersão: Obviamente que não e eu devo dizer que estou totalmente em desacordo com esta tentativa de uniformização porque ela é completamente impossível, nunca vai acontecer — e são os próprios brasileiros que o dizem. Eu estava a ouvir o Malaca Casteleiro e parecia-me que estava a ouvir um tratado de um académico, portanto, algo que pertence às academias mas que não está ligado à vida real. E eu vou falar em nome da vida real e do meu conhecimento, obviamente da Língua Portuguesa, mas também da variante brasileira porque a conheço muito bem, vivi dois anos em São Paulo, tenho imensos amigos brasileiros, aprendi a escrever Português lendo também autores brasileiros como Machado de Assis, por exemplo, ou Guimarães Rosa ou Drummond de Andrade ou quaisquer outros…

RDP: E leu nas versões brasileiras.

TG: Nas versões brasileiras. E em casa, desde criança que me explicavam “ah, no Brasil diz-se assim”. “Esta palavra” (por exemplo, “Ipê“) “não existe cá, é uma árvore que eles têm lá”. Explicavam-me e eu andava para a frente. E tropeçava na sintaxe, via que a gramática era diferente, a construção da frase era diferente, mas diziam-me “lá eles dizem assim, nós dizemos de outra maneira” e isso não me fazia confusão nenhuma…

RDP: Léxico e sintaxe. E a ortografia…

TG: A ortografia é um pormenor. O importante é o léxico e a sintaxe. E nunca vamos chegar a acordo nenhum. E mesmo na ortografia também não. Eu estava a ouvir tudo isto e estava a pensar: um acordo que se tenta fazer, no fundo, há cem anos, praticamente, e que não se consegue fazer, tem alguma coisa de errado na base. Porque se em ’45 os brasileiros não o aceitaram e “mandaram para o espaço” o que nós tínhamos pensado e não o puseram em prática — estavam no seu direito e fizeram eles muito bem — não queriam reintroduzir consoantes que já não pronunciavam. Nós temos o mesmo direito de agora não cortar consoantes que pronunciamos ou outras que são etimológicas. Não podemos rasurar a etimologia. Obviamente que o Brasil é um país muito jovem, a independência é em 1822, portanto é no séc. XIX, estamos quase, ainda, vizinhos dessa data e é um país onde nunca houve, nem haverá, uma única ruína romana, obviamente. Roma não lhes diz nada e o latim não lhes diz nada. E o Brasil é produto de uma fusão enorme de Línguas de emigrantes que para lá foram. A maioria foi portuguesa, obviamente, mas havia os indígenas e depois nós…

RDP: Acredita numa mestiçagem linguística no Brasil.

TG: Obviamente que sim. Obviamente que sim. E o argumento que muitas vezes nos dizem — que não pode haver duas variantes (uma portuguesa e uma brasileira) porque se não todos os outros países de Língua oficial portuguesa iam querer estabelecer a sua variante e não havia Língua que aguentasse oito variantes — é um argumento inaceitável. Até porque é um argumento racista. Porque é que Portugal e o Brasil haviam de ter mais direitos do que os países africanos ou Timor ou o que seja a uma variante da Língua do que os outros? Se nós não vivermos de costas uns para os outros, se os livros circularem, se nós nos lermos, se nós conversarmos, não temos dificuldade nenhuma em nos entender. Agora, o Brasil sempre ergueu barreiras alfandegárias terríveis em relação aos livros portugueses, que chegam lá a preços proibitivos. Enquanto nós nunca tivemos essas barreiras em relação aos livros brasileiros. Entramos nas livrarias e eles estão lá todos — os autores principais. Portanto não existe barreira, a não ser económica, política, outra qualquer. Mas de dificuldade, não existe. Quando não percebemos perguntamos ou vamos a um dicionário. Os dicionários são úteis, justamente. A flora e a fauna variam; se eu não souber o que é “botar a boca no trombone” vou ver o que é que isso significa no Brasil e quer dizer “espalhar aos quatro ventos”.

RDP: Mas aí é a questão lexical…

TG: É uma questão lexical, exactamente.

RDP: Aqui a questão lexical não é questão…

TG: Agora vamos falar do Acordo Ortográfico. Portanto, nós, já em 75 isso começou a ser falado. Portanto, há quarenta anos. Não foi avante. Depois em 86. Também não foi. E entretanto passaram 29 anos. Depois as coisas foram sempre voltando à carga. E houve muito negócio pelo meio. Isto é uma questão política e é uma questão económica. O resto é paisagem.

RDP: Onde é que é uma questão económica?

TG: É uma questão política, em primeiro lugar, porque o Brasil tem uma presidente, Dilma Roussef, que quer que se diga “presidenta” e quer que as palavras das profissões sejam diferentes para o masculino e para o feminino. Ela dava o exemplo do “torneiro mecânico” e a “torneira mecânica”. Os brasileiros riam-se às gargalhadas com isto. Porque também não existe o “dentisto” e a dentista. Quer dizer, isto não faz sentido nenhum, mas ela teve a insensatez de dizer coisas dessas.

RDP: Mas aí voltamos ao léxico…

TG: Está bem, voltamos ao léxico, mas isso tudo tem a ver. Isso tudo tem a ver. Agora — a nossa etimologia: nós não temos que a apagar, não temos que ter qualquer pudor em sermos europeus — porque somos. E somos um país com dez milhões enquanto o Brasil tem duzentos milhões. Mas isso não é razão para nos sentirmos intimidados. Porque temos tanta legitimidade a ter uma variante da Língua como eles têm. Independentemente do número.

RDP: Não ganhamos nada com uma harmonização ortográfica em termos da força da Língua perante o resto do mundo.

TG: Não ganhamos nada. O Brasil ganha — porque é a hegemonia do Português do Brasil. Aliás, como o Malaca Casteleiro sabe, as diferenças são muito maiores no Português do que no  Brasil. São 0,5% lá. Isto é verdade, eu encontrei estas fontes todas. Assim como também encontrei outra informação que me pareceu curiosa: é que em 86 você deu um parecer positivo, a pedido do Instituto Camões, sobre o Acordo Ortográfico de que era o “pai”, digamos. Ora isto também não me parece justo. Acho que tanto no Brasil como em Portugal esta história do Acordo foi feita num grupo em volta do poder, dos governantes. Há pouco citou o Antônio Houaiss, que foi Ministro da Cultura (ou da Educação), o José Sarney, etc. E aqui também houve interesses políticos ligados a isto e houve interesses económicos: o Antônio Houaiss estava a fazer um dicionário de que vendeu milhões porque se multiplicou numa série de outros dicionários. “Com o Acordo Ortográfico”, “O meu primeiro Houaiss”, “As palavras que mudaram”, enfim, ele ganhou milhões com aquele dicionário. E depois atrás dele muitos outros. E com tudo o que se publicou, de explicações sobre o Acordo, etc., muita gente ganhou muito dinheiro. Lá e cá. E também proliferaram os Institutos. Existem coisas que eu nem sei exactamente o que é que são. Existe o ILTEC, que é apoiado pelo Instituto Camões e pela Fundação da Ciência e Tecnologia. Existe a Fundação da Língua Portuguesa. Existe o Centro de Estudos de Léxico e de Terminologia. Existe uma série de coisas.

RDP: Desde 1990 todos os Governos aceitaram este Acordo Ortográfico. Como é que isso se explica?

TG: Não é bem assim porque ainda o ano passado — [aliás] em 2008*, não foi há tão pouco tempo — houve no Parlamento discussões. Eu cheguei a fazer parte de um grupo que foi ao Parlamento dar a sua opinião. Mas depois percebemos que essa iniciativa — que, salvo erro, até foi sancionada ou pedida pelo PCP — não era um debate sobre o Acordo. Já tinha um nome limitativo: que era uma associação* para acompanhamento e aplicação do Acordo.

RDP: Portanto, todos os Governos, todas as Assembleias foram aprovando, de uma maneira ou de outra…

TG: Foram aprovando, não. Tiveram muita cobardia e não fizeram um relatório conjunto. Ouviram, ouviram, ouviram e depois deixaram para os partidos tomarem decisões por si. Não fizeram um relatório conjunto e nós, no fundo, sentimo-nos usados. Estivemos a perder o nosso tempo, a trabalhar sobre o assunto e a recolher informação e, no fundo, eram cartas marcadas. Eles ouviram mas não fizeram sequer um relatório final. Para mim, a grande perda é a etimologia. Porque também não é verdade, como muitas pessoas dizem, que as consoantes mudas em muitos casos não abriam a vogal anterior. Em “baptismo”, por exemplo, sim, mas — eu li isto algures como um argumento a favor do acordo — que dizia que em “accionista” não abria. Obviamente que abre. Nós nunca dissemos “acionista”, sempre dissemos… em “actualizar”, sim, mas “accionista” nós dizemos. E temos uma tendência enorme para fechar as vogais. Os estrangeiros, aparentemente — quem não sabe Português — pensa: “uma Língua unificada, maravilhoso! Não há variantes, a gente aprende isto e fica”. Não é verdade! Porque só se criou confusão, com estas duplas grafias, com a redução de consoantes que alteram completamente o sentido e a pronúncia da palavra. Por exemplo, “ninguém pára a evolução, ninguém para a evolução.” Não sabemos, não temos o acento. Um estrangeiro pode não saber. E outros exemplos: há bocado você disse que nas esdrúxulas também muitas vezes tiraram o acento. Eu já ouvi também na rádio e na televisão dizer “súbtil” em vez de “subtil”. Porque as pessoas não sabem. Obviamente que as Línguas mudam. Mas não é por decreto. A Língua não pertence a nenhum Governo. Os Governos passam, as Línguas ficam. E os Governos não são donos da Língua. Ninguém é… Ninguém é dono da Língua, ninguém é inquilino. Portugal não tem mais direito à sua própria Língua do que os outros que a usam. Mas cada um que a use como quiser e está no seu direito. Todos os países de Língua Portuguesa têm o direito de a usar como entenderem e a Língua seguirá a sua evolução. E nós só temos é de conviver mais, uns e os outros, para nos entendermos.

RDP: [dirigindo-se a MC] E não aceita que haja uma subalternização ao português do Brasil, neste caso?

TG: Esse argumento da amizade, e não sei quê, não colhe. Porque na verdade não é assim. Estou de acordo com o que disse o Malaca Casteleiro neste aspecto: o ensino é que fracassa completamente. Nós deveríamos ensinar os alunos a dicção correcta do português e devíamos combater esse “engolir” das vogais; os brasileiros fazem o contrário e é essa a grande razão que faz com que muitos estrangeiros prefiram aprender a variante brasileira. Eles põem inclusivamente um “i” onde ele não está, em “isnobe”, porque têm uma repugnância a dizer duas consoantes juntas; “snob”, para eles, não existe, tem de ser “isnobe”; e até [em] “admirar” em dizem “adimirar”, há um “izinho” que soa ali a mais…

RDP: Dizem mas não escrevem. Nós também dizemos “igreija”, na maior parte das vezes, e não pomos lá o “i”. E em “muinto” ninguém põe o “n.”

TG: Nós, por exemplo, para dizer “a escola”, tudo bem, nós “comemos” ali aquele “e”: “ascola”. Mas no plural temos que pronunciar “as escolas”, com som de “z”, “azescolas”. Mas ouve-se na televisão “as colas”; “colas” são colas de colar; ou “as cádas”; não existem “cádas”; “as escadas”. E isso, inclusive, os locutores, os “pivots”, têm uma dicção péssima. Os actores de teatro também, os filmes… péssimos, a gente vê os filmes portugueses… e outra coisa que a mim me choca é que a Wikipédia, que é gratuita, está toda traduzida no português do Brasil. Agora, o que é que nós andamos a fazer? Com tantos institutos, com tantas coisas, com tanto dinheiro, eu também gostaria de saber quanto dinheiro já custou este acordo ortográfico, estas tentativas, todas estas instituições que andam a funcionar em volta da língua, quanto dinheiro custou e o que é que fizeram. Porque, na prática, na vida do dia-a-dia, que é a gente ir à Internet, ir ver um cinema, ver a televisão… não se vê nada!

RDP: Teolinda Gersão, o que é a que choca mais em termos das alterações do acordo?

TG: Bom, eu gostava de dizer que há um grande equívoco: há muita gente que está convencida de que se nós aderirmos ao acordo vamos tornar-nos um país de negócios e a nossa língua se torna a língua dos grandes negócios mundiais. O que é falso. Com acordo ou sem acordo, o Brasil, que vai ser, se ultrapassar a corrupção e as diferenças sociais, porque menos de 1% da população do Brasil tem o dinheiro todo e a classe média quase não existe, e depois há aquelas tensões todas muito maiores do que na Europa, de qualquer modo muito maiores do que na Europa, mas se o Brasil conseguir ultrapassar isto tudo, o Brasil vai ser uma grande potência económica no futuro; não tenho a menor dúvida, porque tem um potencial imenso e tem 200 milhões de pessoas, com tendência a aumentar. Nós não vamos beneficiar nada! Não, não vamos beneficiar nada porque o Brasil fará [defenderá] sempre e só os seus próprios interesses, cuidará só deles, está-se nas tintas para nós e para os nossos interesses. E portanto nós estamos a dar ou a vender, entre aspas, a língua ao Brasil a troco de nada. A troco de nada! Não temos nenhuma vantagem nisto. Nenhuma. Porque estamos a perder a nossa identidade, estamos a perder a nossa força, porque nós somos um país de direito igual ao Brasil!

RDP: Mas quando João Malaca Casteleiro diz que o Brasil modificou muito, prescindiu de muito, reconhece isso ou não?

TG: Nós perdemos muito mais. Além disso, eu demonstro, o que eu encontrei é que nós tínhamos modificado 1,6% das palavras e eles 0,5%. Mas a nossa modificação foi mais do que 1,6%. Isto está nas estatísticas. [Interrupção de MC] Diga-me uma coisa, professor: se nós com este acordo unificámos 98% do léxico (e vamos voltar ao léxico porque, no fundo, é ele sempre que está em causa), por que razão é que os livros brasileiros chegam aqui tal e qual como são escritos, no português do Brasil, e nós entendemos tudo e aceitamo-los e admiramo-los como são, e os nossos livros quando chegam lá – a não ser que o autor se recuse terminantemente – são traduzidos, entre aspas, no léxico, e onde nós escrevemos “mesa-de-cabeceira”, que é um termo internacional (“bedside table”), eles traduzem para “criado mudo”, ou onde temos “pequeno-almoço” (“petit déjeuner”, por exemplo, que é uma fórmula corrente, também) eles põem “café da manhã“. Eles traduzem o nosso léxico! E aqui está outra das minhas grandes divergências: é que o Brasil vai querer sempre mais. E vamos andando, de discussão em discussão, andamos nisto há 100 anos, ingloriamente, sem vantagem nenhuma para ninguém, de costas voltadas, a criar por vezes pequenos conflitos e pequenas irritações que se podem transformar num desacordo total. Que sentido faz os livros portugueses, escritos por escritores portugueses, chegarem ao Brasil e as editoras portuguesas pedirem sempre para os escrever em português do Brasil? Re-escrever! Aliás, estão a fazer isso também com Machado de Assis e com grandes escritores brasileiros, em edições escolares mais acessíveis, porque acham que há escritores que as crianças já não entendem e estão a reescrever isso. E isso é absolutamente inaceitável!

RDP: Mas estava a dizer que Machado de Assis está a ser reescrito no Brasil? Mas reescrito como?

TG: No Brasil! Reescrito por exemplo em selectas escolares, eles mudam algumas palavras que acham que as crianças hoje já não entendem. Ou por exemplo Monteiro Lobato. Actualizam alguns termos, o que eu acho que é empobrecer. Acontece. Monteiro Lobato, por exemplo, está a ser muito transformado para as escolas. E outros autores. Imaginem o que seria se nós exigíssemos aqui traduzir, entre aspas, para português europeu o Guimarães Rosa. O que é que restaria da maravilha que é a escrita de Guimarães Rosa se nós alterássemos tudo?! Não é? Quer dizer, temos que nos respeitar e entender com as nossas diferenças. E aceitá-las! Porque elas são imensamente enriquecedoras. Uma língua com tantas possibilidades e tão plástica, que assimila tudo isto, é muito mais rica do que por exemplo o inglês. Porque o português de Angola, de Moçambique, dos escritores, de Mia Couto, por exemplo, ele não escreveria assim mas ele é produto de Portugal e de Moçambique. Porque há uma espiritualidade, eu também estive em Moçambique e também escrevi um romance sobre Moçambique e a minha experiência lá, também é um território que eu conheço relativamente bem, há uma imensa espiritualidade naquela civilização ancestral africana e o Mia Couto capta isso muito bem. E a sua linguagem é reinventada para dar essa…

RDP: Mas no percurso do acordo ortográfico foi tida em conta ou foi também trabalhada a questão editorial, pelo menos no campo das recomendações?

TG: Não, nem convinha que fosse porque isso vem por arrastamento. É um bom negócio para as editoras, obviamente.

RDP: [dirigindo-se a MC] Acha que pode haver algum problema para este acordo ortográfico se Angola demorar a ratificação?

TG: Bom, eu só gostava de dizer uma coisa. Nós fomos “troikistas” que a “troika” e cortámos mais nos salários do que a “troika” nos exigia. Dilma adiou a implantação da reforma obrigatória para 2016. Os nossos alunos já vão chumbar, muitos deles, no mês que vem, por causa do acordo ortográfico. Vamos ver. Vamos esperar pelos exames e depois vemos.

RDP: No final, fica esta questão: para a maior parte de nós há uma liberdade de usar ou não o acordo?

TG: Ah, sim, há sempre a desobediência civil. As pessoas não querem, nem no Brasil nem aqui. Há milhões de pessoas que nunca vão usar.

* Teolinda Gersão refere-se ao Grupo de Trabalho sobre o AO, da VIII Comissão, que funcionou em 2013.

 

Nota 1: a gravação aqui utilizada foi a publicada pelo (acordista) “Ciberdúvidas“.
Nota 2: visto que a “Wikipedia lusófona” passou a ser brasileira, apenas utilizamos ligações a entradas da Wikipedia em Inglês.

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1 comentário

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  1. «E o argumento que muitas vezes nos dizem — que não pode haver duas variantes (uma portuguesa e uma brasileira) porque se não todos os outros países de Língua oficial portuguesa iam querer estabelecer a sua variante e não havia Língua que aguentasse oito variantes — é um argumento inaceitável. Até porque é um argumento racista. Porque é que Portugal e o Brasil haviam de ter mais direitos do que os países africanos ou Timor ou o que seja a uma variante da Língua do que os outros?»

    Precisamente. E, mais do que racista, é um argumento – e um objectivo – neocolonialista.

  1. […]   […]

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