AO90 obrigatório nos exames nacionais

Há resistências de algumas pessoas, e não são muitas, que têm uma relação emocional, clássica, física e sensorial com a Língua. Mas ninguém será abatido, preso ou punido se não aderir às novas normas. O Acordo é uma simplificação da Língua.
[José António Pinto Ribeiro, ex-Ministro da Cultura, in semanário “Expresso“, 19.08.08.]

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logotipoSOLNão usar acordo ortográfico nos exames pode baixar nota em 5 valores

Rita Carvalho |11/03/2015 13:10:04

O novo acordo recebeu muitas críticas por parte dos professores e a polémica mantém-se

A partir deste ano, os alunos terão de usar o novo acordo ortográfico nos exames nacionais. Se não o fizerem, serão penalizados nas provas de Português.

A novidade desta época de exames está a indignar alguns professores de Português que continuam a defender a ortografia anterior e que já puseram a circular nas redes sociais uma carta dirigida ao Ministro da Educação a pedir a suspensão desta decisão.

Até agora, os alunos podiam usar as duas grafias ou, pelo menos, não tinham qualquer penalização se escrevessem palavras com a grafia anterior. Contudo, este ano poderão perder até cinco valores (numa prova com nota máxima de 20) se escreverem palavras sem acordo ortográfico, que passam a ser consideradas erros ortográficos.

O novo acordo ortográfico foi assinado em 1990. A sua aplicação nas provas nacionais foi gradual: no ano passado já foi obrigatório escrever com acordo nos exames do 6º ano de escolaridade. Este ano, a obrigação alarga-se ao 9º e ao 12º ano.

Professores escrevem ao Ministro a pedir suspensão da decisão

O novo acordo recebeu muitas críticas por parte dos professores e a polémica mantém-se. Agora, com a decisão de penalizar os alunos que cometam erros ortográficos, um grupo de docentes na rede social Facebook, denominado “Professores contra o Acordo Ortográfico”, apela agora aos docentes que escrevam ao ministro Nuno Crato a pedir a suspensão desta decisão. Alegam que está instalado um “caos ortográfico” e que os alunos são “as maiores vítimas”. Está também a circular a petição pública “Tolerância para a não utilização do Acordo Ortográfico de 1990 nos Exames Nacionais”, que contava esta manhã com 1400 assinaturas.

rita.carvalho@sol.pt

[Transcrição integral de notícia do jornal “Sol” de 11.03.15. “Links” adicionados por nós.]

[Imagem retirada de documento do IAVE – Instituto de Avaliação Educativa: “Informação – Exame Final Nacional – Português – Prova 639 – 2015 – 12.º Ano de Escolaridade”.]

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2 comentários

  1. Já sabemos que a parte do «(ninguém será) punido» não é verdade. A ver vamos se, em breve, seremos também presos ou abatidos por não obedecermos ao AO. Já se esteve mais longe disso…

  2. O tempo fez de José António Pinto Ribeiro um mentiroso ‘profissional’.

    1ª Mentira: “Há resistências de algumas pessoas, e não são muitas, que têm uma relação emocional, clássica, física e sensorial com a Língua”. São muitas as pessoas que resistem e não é apenas por uma questão emocional, ou física… mas científica.

    2ª Mentira: “Mas ninguém será abatido, preso ou punido se não aderir às novas normas”. Punidos já são, aos milhares, e ainda a procissão vai no adro. Quanto ao ser-se preso, ou abatido, é tudo uma questão de tempo, pois os fascistóides, ex-estalinistas e ex-maoistas que pululam nos ministérios de tudo são capazes.

    3ª Mentira: “O Acordo é uma simplificação da Língua.”. Não só não é uma simplificação, como quotidianamente se revela uma confusão dos diabos, um caos como antes nunca tinha sucedido. Basta ver televisão, ou ler os jornais, para confirmar o que se passa.

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