A ‘co-adopção’ e as outras

adoção adoptando

Esse Acordo Ortográfico foi votado por unanimidade, nesta Câmara, em 1991 — aliás, privilégio que o Bloco de Esquerda não teve porque não existia à época.

Luís Fazenda

***

Neste preciso momento, estará a ser debatido, na Assembleia da República, um projecto de lei do Bloco de Esquerda sobre a eliminação da impossibilidade legal de adopção por casais do mesmo sexo. Na Exposição de Motivos, pode ler-se “debate promovido na sociedade e na Assembleia da República em torno do projeto [sic] de lei da co adoção [??]” e “o radicalismo da maioria de direita e as manobras que descambaram numa proposta infundada de referendo (…) visaram bloquear o processo legislativo em curso relativo à co adoção [??]”.

Isto é, quase dois anos depois da anómala ‘co-adoção’ – e apesar da coadoção –, o Bloco de Esquerda consegue matar dois coelhos de uma cajadada: conjuntamente com um projecto de lei sobre a eliminação da impossibilidade legal de adopção por casais do mesmo sexo, apresenta uma proposta de aditamento ao disposto no texto do Acordo Ortográfico de 1990.

Efectivamente, o deputado Luís Fazenda tinha razão: com estas ocorrências (‘co adoção’, ‘co-adoção’ e ‘coadoção’) ficamos “com três grafias”. É “absolutamente insustentável, não faz sentido nenhum, é de uma ilogicidade total”? A deputada Isabel Moreira pode escrever que “nada mudou desde o chumbo da co-adoção [?]“. Mudou para (muito) pior. Mas a culpa não é minha. É vossa. Assumam-na. E retractem-se. Com cê, sff.

Francisco Miguel Valada

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2 comentários

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  1. Por essas e por outras é que o BE está “adotando”, isto é, voltando ao seu anterior estatuto: o de partido-táxi… Na melhor Fazenda cai a nódoa!

    • Jorge Teixeira on 21 Janeiro, 2015 at 19:08
    • Responder

    Estes também são outros que comem tudo desde que seja pelo “progresso”.

  1. […] Ficamos todos muito mais descansados. […]

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