Reunião com a FENPROF (21.10.14)

Os professores António Avelãs e Luís Lobo, ambos membros do Secretariado Nacional da FENPROF, tiveram ontem (21.10.14) a amabilidade de dispor de algum tempo para reunir, na sua sede nacional, com representantes da ILC-AO. Se, por um lado, os professores naturalmente se preocupam em não prejudicar os seus alunos quando estes são obrigados a utilizar o AO nos exames, também é certo que o papel do professor na sociedade não se esgota na sala de aula. Foi nesse sentido que apelámos a estes professores para que a FENPROF, com o seu historial de luta pelos interesses dos professores, reflicta sobre esta questão.

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À semelhança de reuniões anteriores com outras entidades, procurámos relatar um pouco do que tem sido a história  e a génese do AO90 e da sua entrada em vigor em Portugal – uma história de carácter, no mínimo, duvidoso e recheada de meandros pouco recomendáveis, como sabemos – e transmitir o objectivo último desta ILC: revogar essa mesma entrada em vigor no nosso país. Seria excelente se pudéssemos contar com o apoio expresso dos professores e temos a certeza de que tal apenas dignificaria essa nobre profissão.

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Pela nossa parte, é claro, continuaremos a divulgar esta Causa o mais possível junto de entidades e organizações ligadas à Cultura em geral e à Língua em particular.

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 [Representantes da ILC-AO na reunião: Hermínia Castro, Octávio dos Santos e João Pedro Graça]


A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) é uma federação sindical de sindicatos de professores portugueses, representando cerca de 50% do total dos professores sindicalizados através das seguintes associações:

Sindicato dos Professores do Norte (SPN)
Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC)
Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL)
Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS)
Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA)
Sindicato dos Professores da Madeira (SPM)
Sindicato dos Professores do Estrangeiro (SPE)

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6 comentários

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    • María Oliveira on 22 Outubro, 2014 at 19:35
    • Responder

    Muito bem, ILCao! Este é um dos caminhos: se há quem possa contactar muitos, divulgar, agitar consciências é este tipo de organismo que representa milhares! Poderia fazer TODA a diferença! Bem-hajam pela persistência.

    • Maria Miguel on 22 Outubro, 2014 at 22:55
    • Responder

    Ainda não é tarde! Vamos!
    Que se expanda a verdade para as consciências acordarem.
    Estamos mesmo quase a ficar sem Pátria!
    Agradeço, de novo, a nobre resistência da equipa da ILC.
    Esperemos que o maior sindicato de
    professores comece, não a andar, mas a correr
    em busca do tempo perdido.

  1. Boa iniciativa!
    Espero que os membros do FENPROF fossem sensíveis à vossa/nossa Causa.

    • Maria José Abranches on 23 Outubro, 2014 at 18:45
    • Responder

    Quero agradecer antes de mais à ILCAO, por mais esta iniciativa, mas também aos dois professores, António Avelãs e Luís Lobo, membros do Secretariado Nacional da FENPROF, por se terem disponibilizado para este encontro.

    Porque sou portuguesa e professora de Português (qualidade que nos marca para sempre), indigna-me acima de tudo a passividade e/ou a conivência com que o AO90 tem vindo a ser aplicado nas nossas escolas, como se os professores fossem uns ignorantes e não tivessem obrigação de zelar, com empenho e conhecimento, pela língua materna que ensinam e transmitem às novas gerações! De todas as causas susceptíveis de mobilizar os professores – e elas são muitas e graves – esta deveria ter a prioridade absoluta! Não é possível defender a escola pública ignorando ostensivamente a destruição da língua portuguesa que este AO90 promove! Basta ler e ouvir o português degenerado que por aí circula! E é uma vergonha a ‘negociata’ das editoras de que a escola pública é cúmplice!

    E os que se atrevem a falar de “evolução” e “mudança” são simplesmente ridículos! Recapitulemos brevemente: este AO90 veio no seguimento do incumprimento, por parte do Brasil, do AO de 1945 e resulta de uma tentativa frustrada de 1975 (estávamos em plena Revolução) e de outra de 1986, muito combatida, mas que foi em parte retomada em 1990. Tudo muito ‘actual’, ‘moderno’ e ‘progressista’, enfim uma “evolução” programada há muito!

    Obviamente que tudo isto foi obra de Portugal e Brasil, que entenderam poder dispor da língua portuguesa como da sua quintalória privada. Os outros povos de língua oficial portuguesa não foram para aqui chamados (como nós, portugueses, também não fomos ouvidos), contrariamente ao que se diz no próprio texto do AO90: Angola estava em guerra, Timor não era ainda independente, etc….

    Será preciso repetir o óbvio? Estamos a ensinar aos nossos alunos a “ortografia pateta” (creio que era assim que lhe chamava Vasco Graça Moura)! Estamos a deitar pela borda fora décadas de alfabetização dos portugueses, quando estávamos a recuperar do nosso ancestral atraso na matéria! Estamos a estropiar a língua, separando-a das suas raízes, dos seus laços com as outras línguas europeias, desprezando a sua História e retirando-lhe inteligibilidade. Tínhamos connosco, seguindo a norma europeia da língua, todos os países e comunidades espalhados pelo planeta, excepto o Brasil, que há muito vem seguindo a sua própria via e que desde 1907 fez a sua primeira e unilateral reforma ortográfica. Não há “unificação” possível da língua, aliás desnecessária e nociva, o que as diversas “adaptações” feitas no Brasil de obras portuguesas (“O Equador”, para a televisão, “Os Maias”, no cinema) vêm amplamente confirmar.

    Nunca é tarde para corrigir um erro! É agora, já, que é necessário dizer “basta!” Os inconvenientes que a alteração desta situação possa comportar não têm comparação com o erro definitivo, irrecuperável e histórico que estamos a cometer. A língua não é nossa: dela temos o usufruto enquanto vivemos, com a obrigação de a respeitar, consolidar e transmitir aos vindouros em toda a sua dignidade e pujança!

    Aos professores, meus colegas no activo, um apelo desesperado: está nas vossas mãos salvar a língua de Portugal!

    • Maria do Carmo Vieira on 24 Outubro, 2014 at 13:51
    • Responder

    Um forte abraço por esta iniciativa. O Sindicato como Sindicato não pode deixar de ouvir os professores e não pode obedecer a uma ordem disparatada, como a do AO, sem consultar os seus associados. Este encontro talvez permita que os professores intervenham de forma mais contínua e reajam dando conta do seu desagrado pela postura do Sindicato em que nos encontramos filiados. Daremos um bom exemplo da postura que nos é veiculada pela Fenprof: RESISTIR e tornar a RESISTIR, o que significa não obedecer e escrever correctamente o português. Não nos podemos extasiar perante a ignorância.

    Um sincero Obrigada à Hermínia Castro, ao Octávio dos Santos e ao João Pedro Graça.

  2. O meu total apoio ao excelente comentário, sério e profundo, feito pela Ex.ma Professora D. Maria José Abranches.
    Oponham-se com unhas e dentes a esses políticos meio analfabetos que, às escondidas, legalizaram um (des)acordo que nem Angola ou Brasil seguem.
    Eu já não me atrevo a ajudar meus netos no estudo do Português.
    Como se passou a legendar com tanto erro as imagens que passam na televisão?

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