Da vergonha e da traição: perguntas e respostas.

Imagem criada por Paula BlankO que se segue é a transcrição integral de uma entrevista, publicada ontem, 14 de Dezembro, do brasileiro Ernani Pimentel ao “blog” Triplo V.

Muitas considerações se poderiam tecer a respeito deste “depoimento”, mas as pessoas já estão suficientemente avisadas quanto às novas “ideias” que nos tentam impingir de além-Atlântico com a conivência e até com a colaboração de algumas pessoas extremamente confusas, para dizer o mínimo, que pelos vistos existem também cá deste lado do oceano.

Por conseguinte, e como já antes aqui mesmo dissemos em diversas ocasiões, quanto a este assunto, tire cada qual as suas próprias conclusões. Por uma questão de facilidade de leitura, introduzimos na cópia do texto original alguns destaques e sublinhados, bem como “links” relacionados, nos conteúdos que nos parecem ser de maior (e mais evidente) relevância: o que é este “movimento”, o que pretende, quem o apoia no Brasil e, principalmente, quem lhe dá alguma espécie de crédito em Portugal, desde quando, porquê e… como.

As respostas estão todas nesta (inacreditável) entrevista.

 

Entrevista ao Prof. ERNÂNI PIMENTEL

ERNÂNI PIMENTEL é Professor, Escritor, Palestrante e Presidente da Vestcon (um grupo editorial do Brasil).

Em 2010, fundou o MovimentoAcordar melhor”.

Foi escolhido pelo Senado brasileiro para ser um dos Coordenadores do Grupo de Trabalho Técnico que está a avaliar o Acordo Ortográfico no Brasil.

Recentemente, juntamente com o Senador PASQUALE CIPRO NETO, foi recebido na Assembleia da República.

ERNÂNI PIMENTEL respondeu às nossas perguntas.

– Quais as razões pelas quais o Professor ERNÂNI PIMENTEL se opõe ao Acordo Ortográfico de 1990?

– São várias a razões e encontram-se no sítio www.simplificandoaortografia.com . Mas, entre elas, o anacronismo, que faz o AO90 basear-se em regras cujo fundamento é a pura e simples memorização, ou “decoreba”, que não mais cabem no ensino do século em que vivemos. O aluno e o cidadão de hoje querem entender os fatos e não decorá-los. A educação moderna deve ser prática, objetiva e lógica, até para mostrar o lado emotivo e criativo do saber humano. No Brasil, os exames nacionais de concursos públicos e pré-acadêmicos estão valorizando acertadamente o raciocínio lógico, mas as regras dessa ortografia são de séculos passados, eivadas de ilogicidades.

Pode dar exemplos, para ilustrar essas ilogicidades?

– Persistem regras como: “Grafam-se com j, as palavras derivadas do árabe, do tupi e das línguas africanas”, mas não se ensinam quais são essas palavras, então o aluno só as decora mas não sabe aplicá-las. E mais, a regra não funciona em muitos casos. Como se explica que estender se escreve com s e extensão com x, se ambas vêm do latim com x? Por que cor de bonina, cor de laranja, cor de violeta se escrevem sem hífen e cor-de-rosa com? Por que giravolta sem hífen e gira-mundo, gira-pataca com? Por que guarda-chuva e manda-tudo com hífen e mandachuva sem? Que sentido faz estudar uma regra cuja lista de exceções termina em reticências? Que lógica existe em justificar exceções por “estarem consagradas pelo uso”, se o acordo só existe porque precisa mudar o uso? Onde a razoabilidade de se mexer na ortografia sem consultar os protagonistas do ensino, que são os professores?

– Quais as acções que o Movimento “Acordar melhor” tem tomado contra a entrada em vigor do AO90?

– O Movimento “Acordar Melhor” provocou e participou de audiências públicas, promoveu centenas de palestras esclarecedoras sobre os problemas que precisam ser corrigidos no acordo, colheu milhares de assinaturas de professores e alunos; e impetrou uma ação popular fundada na ofensa ao princípio democrático, na medida em que o acordo foi concebido sem a devida consulta ampla aos setores diretamente envolvidos como o dos professores, dos pedagogos, dos jornalistas, dos escritores… e na violação ao principio da razoabilidade, em função das ilogicidades, incoerências, contradições e falsidade de premissas e argumentações.

– Em que estado está esse processo judicial (que intentou nos tribunais brasileiros contra o Acordo e o “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”)?

– Atualmente o processo encontra-se pendente de apreciação no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e pode ser acessado em http://processual.trf1.gov.br/consultaProcessual/processo.php?trf1_captcha_id=b85c455bfff0bd651137a5bbfc801de3&trf1_captcha=xys7&enviar=Pesquisar&proc=00482820620114013400&secao=DF.

– O Senado concordou consigo quanto às ilogicidades do AO90, na audiência pública em 2012?

– Nas duas audiências públicas, uma em 2009 e outra em 2012, promovidas pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, as falas dos organismos e cidadãos convidados mostraram opiniões críticas convergentes e harmoniosas, ao passo que ninguém ousou defender os absurdos expostos, em ambas as oportunidades. Todos os senadores e participantes presentes, sem exceção saíram, então, convencidos de que era preciso fazer alguma coisa. Tanto assim, que trabalharam pelo adiamento do prazo e criaram o Grupo de Trabalho Técnico para simplificar e aperfeiçoar as regras do Acordo.

– Que papel teve o Professor e o seu Movimento no adiamento do fim do prazo de transição para 31 de Dezembro de 2015?

– Não só ajudamos a provocar as audiências públicas, mas também participamos delas e dos encontros com a Ministra-Chefe da Casa Civil e com o Ministro da Educação, aos quais expusemos a necessidade de se aperfeiçoarem as atuais regras, em benefício da educação e do ensino da língua portuguesa. Nossos argumentos, apoiados pelos Senhores Senadores da Comissão de Educação, foram importantes para convencer o Executivo a adiar o prazo final de implementação do Acordo, até 31 de Dezembro de 2015.

– Qual a sua intenção e dos membros da Comissão de que faz parte no Senado brasileiro em relação à vigência deste Acordo Ortográfico?

Pretendem ficar-se pelo adiamento do fim do prazo de transição (que termina em 31-12-2015) ou não pretendem o Acordo Ortográfico de 1990 de todo?

Estamos trabalhando num programa ousado, que requer a participação igualitária de professores de todos os países de língua oficial portuguesa. A Academia de Letras de Brasília1 promoverá em 2014, em 10 de setembro, Dia Internacional das Línguas, um Simpósio Internacional Linguístico-Ortográfico, para reunir sugestões dos laboratórios ortográficos realizados nos oito países signatários. Estamos sugerindo e convidando professores e alunos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste a, até junho de 2014, debaterem e exercitarem possibilidades simplificadoras da escrita, com base nos artigos motivadores do www.simplificandoaortografia.com e nos que também podem vir a ser ali postados. A meta é conseguir um sistema ortográfico que contemple três componentes objetivamente mensuráveis: menor número de regras, maior abrangência, menor número de exceções. Os relatórios e sugestões desses grupos devem ser encaminhados ao CELLP – Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa, da Academia de Letras de Brasília, até o dia 10 de julho de 2014. Em 10 de setembro, no Simpósio, com a presença dos participantes de todos os países envolvidos, o CELLP apresentará as três propostas que mais objetivamente se aproximaram da meta e cada um dos autores defenderá a sua. Será, então escolhida uma, que, inclusive pode reunir sugestões de outra ou das outras finalistas. Até 10 de outubro de 2014, os participantes de cada país no Simpósio levarão a suas autoridades nacionais competentes a mesma proposta, como subsídio para implantação das simplificações. Haverá então cerca de 14 meses até o final do prazo de implantação do Acordo, para as autoridades dos oito países votarem as simplificações e melhoras necessárias.

– Pretende a imediata suspensão do AO90, para que o assunto seja devidamente reanalisado e repensado?

Preferimos respeitar o prazo estendido de implantação, por isso criamos a estratégia descrita na resposta anterior. Os professores interessados a participar dessa força-tarefa2, podem comunicar-se conosco via prof.ernani. Insistimos no convite a todos os países de língua oficial portuguesa.

– O Brasil tem “aplicado” o AO90 ou os instrumentos de alegada “aplicação” do mesmo?

– Os organismos oficiais e a imprensa brasileira têm aplicado o AO90, orientando-se pelo VOLP, embora esse vocabulário, estranhamente, esteja desrespeitando em alguns pontos o que foi acordado. A população e os professores, atônitos, não se sentem capazes e seguros com tantas exceções e soluções arbitrárias impostas pelo VOLP.

– Qual pensa ser o sentimento dominante na sociedade brasileira em relação ao AO90?

– De um modo geral, a grande massa nem sequer sabe que mudanças foram propostas pelo AO90. Professores e alunos fingem saber. Mas objetivamente é impossível encontrar um só professor tranquilo com o assunto. Com essas regras, ninguém jamais saberá escrever, inclusive eu.

– A sua mensagem, de rejeição do AO90, tem “passado” para a opinião pública brasileira?

– Na medida do possível. Nas palestras que proferimos, 98% dos presentes assinam o manifesto pela simplificação das regras. A grande imprensa não nos tem dado destaque. Quando o fizer, esperamos que aconteça logo, temos certeza de que maciçamente o grande público estará ao nosso lado, porque, realmente a inserção social de nossos povos e a ampliação do espaço de nossa língua no panorama mundial depende, mesmo, de uma ortografia simples e objetiva.

Queremos explicar que o Movimento Acordar Melhor teve seu ciclo encerrado, por ter atingido seu objetivo com o adiamento do prazo para o final 2015 e com a criação do Grupo de Trabalho Técnico da Comissão de Educação do Senado para simplificar e aperfeiçoar o acordo. Encerrou-se para nós a etapa nacional de crítica e abriu-se agora a fase internacional, com o Simplificando a Ortografia, voltada para a análise das opiniões divergentes e convergentes sobre as regras ortográficas, na busca harmônica da melhor solução, para todos os países envolvidos.

– Uma Petição contra o AO irá ser discutida no dia 20 de Dezembro, no Parlamento português. De fora, como encara esta iniciativa?

Importante que o Parlamento ouça a indignação do seu povo e que se oponha, nesse período democrático, a fortalecer imposições autocráticas, superficiais e irresponsáveis, como a desse AO90.

– Recentemente, pediu uma audiência na Assembleia da República. Como foi recebido, juntamente com o Dr. PASQUALE CIPRO NETO?

– Fomos muito bem recebidos por todos os integrantes da Comissão de Educação Ciência e Cultura, da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, e do Grupo de Trabalho da Aplicação do Acordo Ortográfico. Embora representassem várias posições diferentes, que muito bem souberam expor, ouviram de nós a necessidade e possiblidade de se adequarem as atuais regras ortográficas à visão racional, objetiva e científica de nossa época, permitindo o barateamento da educação, a inclusão social de nossos povos, a ampliação do universo de leitores, o fortalecimento internacional de nossa língua e a ampliação da atratividade de nossas culturas para os estrangeiros. Após as exposições do Professor Pasquale e minha, chegamos a ouvir dos Senhores Deputados que a data final de implantação do acordo está mantida, mas se até lá surgir uma proposta que realmente represente vantagem para Portugal e demais países envolvidos, por que não analisá-la? Saímos, então, satisfeitos por entender que tanto no Senado Brasileiro como na Assembleia da República de Portugal está aberta a possibilidade de reparo e melhora da situação atual.

– Como sabe, o AO está a ser “aplicado” em Portugal. Como vê esta situação, perante as críticas que vários sectores científicos e da sociedade civil, tanto de Portugal, como do Brasil fizeram em relação ao AO90?

– A classe política cometeu o engano de atropelar os setores científicos e pedagógicos da sociedade civil, que felizmente souberam reagir e levantar sua voz. Vejo que a crise nos trouxe a um momento sumamente importante para a história de nossos povos, pois podemos sim, despindo-nos das subjetividades e dos pequenos interesses pessoais e grupais, construir uma parte importante dos alicerces – racionais, objetivos, pragmáticos – de uma nova educação e de um novo patamar na evolução de nossos povos e países.

Notas da ILC AO
1Esta “confusão” (deliberada?) entre ABL (Academia Brasileira de Letras) e ABL (de “Brasiliense“) ou ALB (Academia de Letras de Brasília) pode induzir algumas pessoas em erro. Não deve haver confusão alguma, são coisas completamente diferentes.
2Força-tarefa” é uma tradução literal da expressão em Inglês “task-force“, apenas se empregando no Brasil aquela tradução literal, não nos outros 7 países da CPLP.

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21 comentários

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  1. Estamos a ser envolvidos por uma estratégia de delírio. Querer-nos-ão desmobilizar com ser o aborto o mal menor?…
    Quem foi perguntar isto àquele idiota? Qual o interesse em pô-lo a repetir a sua arenga demencial?
    Cumpts.

    1. «Querer-nos-ão desmobilizar com ser o aborto o mal menor?…»
      Sim, exactamente.
      «Quem foi perguntar isto àquele idiota?»
      Ninguém em especial. A “entrevista” até pode ter sido literalmente fabricada, só para dar alguma “credibilidade” à coisa.
      «Qual o interesse em pô-lo a repetir a sua arenga demencial?»
      Algum Goebbels pós-modernista se lembrou disso, talvez: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”

      Cumprimentos.

  2. Infelizmente esta “arenga demencial”, qual banha da cobra, vai fazendo o seu caminho em meio aos mais distraídos (puro eufemismo, claro).

  3. Pois!…
    Mais cinco dias e comigo é assunto arrumado.
    Cumpts.

    1. @Bic Laranja, então até 2.ª Feira…

    • Pedro Oliveira Reis on 16 Dezembro, 2013 at 0:49
    • Responder

    Respeito as ideias deste sujeito embora não concorde com elas como não concordo com o AO-90.

    No entanto, parece-me que este movimento, se ganhar força, poderá ser uma alavanca importante para adiar por tempo indeterminado a entrada em vigor definitiva do AO-90.

    1. @Pedro Oliveira Reis, o AO90 entrou em vigor (em Portugal) no dia 1 de Janeiro de 2010. A ILC AO visa, precisamente, revogar essa mesma entrada em vigor, tornando-a, por conseguinte, não “definitiva”.

  4. @Pedro Oliveira Reis: Provavelmente também muita gente achava que o AO90 nunca iria ser implementado e, no entanto, ei-lo aí, a ferir-nos os olhos todos os dias. Não é com a promessa de outro delírio ortográfico que se resolve este.

  5. É tal a dita penetração (Infelizmente esta “arenga demencial”, qual banha da cobra, vai fazendo o seu caminho …) que, só talvez por cansaço, até a ILC vai fazendo o seu percurso na “normalização” da língua!

    Penso que, num site como este, “apenas se empregando” roça o ridículo!
    Aliás o ponto #2 está construído em Brasilês, donde talvez se conclua ser copy/paste ou escrita a duas mãos.

    Sugestão:
    2“Força-tarefa” é uma tradução literal da expressão Inglêsa “task-force“, apenas empregue no Brasil e não nos outros 7 países da CPLP.

    “Notas da ILC AO
    1 …
    2“Força-tarefa” é uma tradução literal da expressão em Inglês “task-force“, apenas se empregando no Brasil aquela tradução literal, não nos outros 7 países da CPLP.”

    Não leve a mal.
    Apenas passei os olhos e saltou esta pérola, no entanto obrigado por todo o trabalho e dedicação que tem posto neste combate.

    1. Sr. Nulo, de facto o seu “nick” assenta que nem uma luva ao seu “comentário”, ou seja, é ridículo. Estude, estude, vá lá, estude seu Português. “Não leve a mal” o conselho e passe bem.

  6. « Muita gente achava que o AO90 nunca iria ser implementado e, no entanto […]»

    Assim é.

  7. Há aqui várias questões e possibilidades, realmente. A ideia do senhor querer retirar o hh inicial é em tudo consonante com o espírito do A090. Quem o aceita e aplica (mal ou bem), não se deverá opor a tal mudança, caso contrário demonstra hipocrisia. Por isso mesmo gostaria de ver como reagiriam todos estes que ouço dizer “não se escreve o que não se lê”. Então e o hh?!

    Pode muito bem ser como o Pedro Reis disse, mas também pode ter o efeito referido por Bic Laranja, “ah e tal, o outro até que nem é tão mau”. Acho que uma proposta de trocar gg por jj e acabar com o cc cedilhado nunca passaria, penso que não nos precisamos de preocupar com semelhante pecado (espero um dia não ter de engolir isto). A questão é que o senhor Ernani ou está completamente a leste ou faz-se de parvo. Não sabe ele que sim, em Portugal há movimentos contra o acordo, mas não, não no sentido de simplificá-lo?! E agora estou como a Canavilhas: esse tal IILP ou lá como se chama, esses vocabulários e afins, ninguém comunica com ninguém e anda tudo a marcar as suas próprias conferências e acordos??

    Enfim, que telenovela mexicana que nunca mais acaba.

  8. Até sábado.

    • Maria José Abranches on 16 Dezembro, 2013 at 17:00
    • Responder

    O inglês não precisou de “simplificações”, “unificações” e outras “imaginações” para se “democratizar” e “internacionalizar”!

    A propósito, permito-me citar e traduzir o linguista francês Claude Hagège:

    «Uma imagem da língua inglesa difundida no mundo de hoje pinta-a complacentemente como uma língua fácil. (…) … comparando apenas o inglês e o francês, cuja ortografia é contudo reputada difícil, constata-se que, se é verdade que existem, em francês, 190 grafemas (unidades mínimas de escrita) para grafar 36 fonemas (unidades mínimas de sonoridade), em compensação são precisos 1120 [grafemas] para registar os 62 fonemas do inglês. Poderiam mencionar-se,(…) as cinco pronúncias diferentes do que se escreve «ou»,(…) as oito pronúncias de «o» (…) ou ainda o dito do humorista G. B. Shaw, que declarava que ‘fish’ poderia escrever-se «ghoti», com o [f], o [i] e o [ch] grafados, respectivamente, pelo «gh» de ‘enough’, o «o» de ‘women’ e o «ti» de ‘nation’.»
    (in “Contre la pensée unique”, éd. Odile Jacob, 2013)

  9. “Ghoti” nunca poderia ser ligo “fish” em inglês, atendendo à morfofonémica. Esse senhor foi ridicularizado pelos especialistas. Mas sim, o inglês é, na verdade, fácil na sua complexidade que preza a etimologia, e olhe-se onde está! O mesmo para o francês, que só perdeu fôlego por causa da expansão do inglês, e não porque não mexeu na ortografia, como já ouvi uma tal “Edith Strella” dizer. É só argumentos da batata com estes acordistas. A diferença é que nos E.U.A., pessoas com essa falta de noção fazem manifestações ridículas nos Spelling Bee, enquanto aqui em Portugal são ouvidos na Assembleia e as suas idiotices viram lei.

    • Maria José Abranches on 17 Dezembro, 2013 at 18:48
    • Responder

    @SH#15: Importa-se de ler outra vez o meu comentário que suscitou a sua observação? É que o seu comentário não tem nada a ver com o que eu escrevi!

    Cumprimentos.

  10. Tem tudo que ver, então?! O inglês e o francês são línguas com ortografia longe do simples (ou simplório) e estão de boa saúde. Estamos de acordo. A observação do “ghoti” não lhe foi em resposta, ainda que reelendo o dê a entender. Cumps.

  11. Só num país transformado em manicómio é que alucinados como este (Ernâni Pimentel) fazem figura de especialistas. Estará tudo doido? Por muito menos foi despedido o “especialista” em linguagem gestual que inventou aquela farsa na cerimónia fúnebre de Nelson Mandela. Pior, por decisão médica, acaba de ser internado num hospital psiquiátrico dos arredores de Joanesburgo… Se estivesse em Portugal era recebido – e levado a sério – pela Assembleia da República.

    • Basilio Ramos on 19 Dezembro, 2013 at 22:39
    • Responder

    Sempre supus que um acordo tem acordantes e não vejo nesta tentativa de impor um desacordo que para a nossa língua é um pesadelo, onde não ha dois Estados de acordo,não vai passar!

  12. Olhares simpáticos e acolhedores, ouviram os professores brasileiros apresentarem sob uma nova perspectiva, a necessidade e possiblidade de se adequarem as atuais regras ortográficas à visão racional, objetiva e científica de nossa época, permitindo o barateamento da educação, a inclusão social de nossos povos, a ampliação do universo de leitores, a inclusão internacional de nossa língua e a ampliação da atratividade de nossas culturas para os estrangeiros. A grande surpresa foi que, na grande mesa retangular, composta das muitas e acaloradas vertentes portuguesas favoráveis e contrárias ao Acordo Ortográfico, não houve sequer uma manifestação de desagrado com o que ouviram. Sinal de que uma terceira via positiva se apresenta, capaz de contribuir para a melhora do desempenho ortográfico de todos os países de língua oficial portuguesa.

  13. Caro get smart, acha realmente que se gasta muito dinheiro em educação? Acha que nivelar por baixo é a melhor forma de inclusão social? Acha que “simplificar” irá realmente ampliar o universo de leitores (uma falácia que perdura, pelo menos, desde 1911)? Acha que distanciar ainda mais a nossa Língua do inglês e do francês irá torná-la mais atraente para estrangeiros? Quanto à “inclusão internacional da nossa língua”, confesso que não percebo sequer o que significa isso.

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