Brasil quer adiar entrada em vigor do AO90

Após pressão de estudiosos e de parlamentares, o governo federal decidiu elaborar um decreto para adiar para 2016 a implementação do novo acordo ortográfico no Brasil. De acordo com a assessoria do Ministério de Relações Exteriores, a pasta está a preparar uma minuta de decreto que será apresentada à presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o ministério, numa reunião na quarta-feira com as pastas da Educação, Cultura e Casa Civil ficou definida a elaboração do decreto, mas quem dará a palavra final será a presidente. Na terça-feira, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, reuniu-se com parlamentares e críticos do acordo ortográfico e prometeu que o governo trabalharia no adiamento da adesão.

De acordo com a assessoria do deputado Cyro Miranda (PSDB-GO), um dos críticos às mudanças na ortografia, a ministra confirmou que o decreto deve adiar a implementação do acordo para janeiro de 2016. O acordo foi assinado em setembro de 2008 e a previsão era de que entrasse em vigor de forma plena no Brasil no dia 1 de janeiro de 2013.

[Transcrição parcial de notícia da Rádio Moçambique.]

«Senado quer ampliar prazo para entrada em vigor do novo acordo ortográfico»

Notícia áudio de Rádioagência Nacional (Brasil)
[Registo áudio copiado do blog “Perspectivas“.]

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6 comentários

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  1. Já se preparam para fazer o que fizeram ao de 1945. Há gente que não leva emenda. Mas desta vez só virá mal se os do governo persistirem na ortografia do Malaca.
    Cumpts.

  2. Senhor Bic Laranja, visto que o AO nada tem de orto, em vez de “ortografia do Malaca”, passemos a dizer “malacografia ou casteleirografia”. Que lhe parece?

    É desolador, além de irritante, o modo como esta loucura se tem processado!
    Cumprimentos

    • Maria José Abranches on 3 Dezembro, 2012 at 17:05
    • Responder

    Mais uma vez, os brasileiros saem a terreiro para proteger a sua língua! Foi o que fizeram com os anteriores acordos (1931 e 1945)! Tomara que os portugueses tivessem o mesmo brio!… Infelizmente por cá a nossa língua não conta, a não ser como mercadoria para os negócios milionários de uns poucos, servidos pela ignorância e “modernice” palerma de muitos… E assim nos esforçamos empenhadamente na aplicação da ortografia “pateta” a que se referiu Vasco Graça Moura, no seu artigo no DN, aqui publicado:
    «… três grafias da língua portuguesa. A correcta, em países como Angola e Moçambique, a brasileira (no Brasil) e a pateta (em Portugal e não se sabe em que outras paragens).»

    • Jaime Branco on 4 Dezembro, 2012 at 1:00
    • Responder

    Como português, amigos brasileiros, sinto náuseas e vergonha pela passividade dos responsáveis do meu país! Nada justifica este acordo, apenas interesses políticos e, particularmente, financeiros.Embora se diga que temos e vivemos num país livre, a verdade é que os estudiosos da Língua Portuguesa, os linguistas, os utilizadores do nosso (e quando digo NOSSO, incluo todos os países de Língua Portuguesa) idioma e que frontalmente discordam deste estúpido AO de Malaca Casteleiro, Lídia Jorje e poucos poucos mais, dizia eu que os discordantes são uma maioria impressionante…que estrategicamente é silenciada! O único que tem voz, apenas porque tem acesso à Comunicação Social, é Vasco Graça Moura. Mas ele não se cala nunca, porque sabe que tem com ele a maioria do povo português! E, penso eu, a grande maioria de todos os falantes de Português. Há variantes? Obviamente que sim! E as variações espalhadas por Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor e…um pequenino espaço de Macau, acham estes patetas que o AO vai contribuir para a unificação da Língua?? Como é triste falar-se de assuntos quando se desconhece o seu valor cultural, a sua dinâmica própria de evolução, do papel dos falantes, enfim…tanto que há para dizer sobre a Língua… Infelizmente o dinheiro e a política sempre falaram muito alto!!

    • Hugo X. Paiva on 4 Dezembro, 2012 at 20:17
    • Responder

    Amigo Jaime.
    É ensurdecedor o silêncio dos intelectuais portugueses. Dinheiro,só se for para alguns,muito poucos,e politica, essa nem alto nem rasteja, arrasta-se no subsolo pelas veredas das toupeiras.

    • Pedro Marques on 5 Dezembro, 2012 at 11:47
    • Responder

    Há quem use as otografias antigas, não sei se são muitas ou não. Mas de facto devia-se saber mais ou menos quantas são, mas isso quer dizer que são mais ortografias que se usam. Depois também existe a mixórdia que se usa nos telemóveis e na internet, resultado destes acordos ortográficos.

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