Um esclarecimento de Maria do Carmo Vieira

O espírito da Reforma do ensino, implementada em 2003, e que se mantém, preconiza o utilitário, o funcional, e daí as alterações a que assistimos nos programas e na escola, perspectivada no seu funcionamento como uma empresa. É aquilo a que Jean-Pierre Le Goff apelida de «La Barbarie douce, la modernisation aveugle des entreprises et de l’école» (A doce barbárie, a modernização cega das empresas e da Escola). Linguas mortas (Latim e Grego) para quê? Conhecimento da etimologia, um elitismo (veja-se o AO 90); matérias humanistas, um desperdício; pensar, para quê?
Maria do Carmo Vieira

[Mensagem e imagem recebidas por email, a respeito de um texto da autora e da troca de comentários subsequente.]

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3 comentários

  1. Aquilo que se fez é absolutamente criminoso e o que mais me espanta é que pouca gente parece ver a situação… Tirar as bases para que se saiba os fundamentos reais da nossa língua, tirar as bases para que os portugueses deixem de aprender a pensar é, pura e simplesmente, matar o futuro. E pergunto-me se não é mesmo isso que se pretende. Que esta ” ideologia” de exploração económica que tem promovido um retrocesso na civilização, de dezenas de anos, precisa de gente medrosa, acomodada, fácilmente manipulável, para colher os louros e os juros, não há dúvida nenhuma. Que ninguém o veja e que poucos o denunciem é inaceitável.
    Tenho seguido a actuação e os escritos da Prof. Mª do Carmo Vieira que muito aprecio. Espero que não se canse e tenha saúde para continuar, já que a coragem está bem demonstrada!

    • Laura Almeida on 4 Setembro, 2012 at 22:50
    • Responder

    Concordo em absoluto. Já tenho vindo a observar o mesmo há muito tempo… Há que pensar, contudo, que a comunicação social, como não lhe interessa, não toca no assunto e isso seria muito importante para divulgar o absurdo deste acordo. Contudo, quando a própria televisão apresenta erros gravíssimos de ortografia quer pré quer pós “acordo”, também não pode servir de exemplo. No resto, é a confusão generalizada.
    Com excepção de alguns que pensam pela sua cabeça, que obviamente são letrados e que reconhecem e recusam esta aberração, em grande parte da população reina o analfabetismo funcional e a cada vez menor capacidade de apresentar um juízo crítico, logo acredito que não conheçam, nem sequer pensem no assunto.
    Espero muito sinceramente que se consiga parar a implementação deste crime que vai matar a Língua Portuguesa através de todos os que têm uma voz que o país ouça.

    • Maria Salvador on 21 Setembro, 2012 at 3:08
    • Responder

    Concordo com o seu comentário.
    Estou convicta de que se trata de um ataque directo e premeditado à nossa Língua. Se os que implementaram este Acordo estivessem empenhados, em divulgar as obras poéticas e literárias dos autores portugueses, não teriam tempo para nos impôr unilateral e impunemente esta abominação normativa !
    A conivência dos Media, explicável apenas pela pressão politica, torna este facto ainda mais abjecto.
    Desejo o maior sucesso a esta iniciativa. Bem hajam !

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