«Um aborto político» [Eduardo Cintra Torres, “CM”, 01.07.12]

A ver vamos

O Acordo Ortográfico é um aborto político: suspensão, já!

Antes de ser secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas opunha-se ao Acordo Ortográfico, que não é nem acordo — não o há entre os países de língua portuguesa – nem ortográfico — muitas das mudanças ortográficas são incompetentes e indecentes. A nova “ortografia” é um aborto político. No governo, Viegas passou a “nim”: nem sim, nem não. Ao fim de um ano, a prática mostra que passou ao sim. Entretanto, a situação ortográfica está caótica. A resistência é, felizmente, grande e determinada. Nos documentos públicos, escolas, exames, media, a confusão é generalizada. É lamentável que Viegas mude como o vento, deixe andar o caos, e se demita da defesa da cultura no mais basilar dos seus instrumentos.

Eduardo Cintra Torres, jornal “Correio da Manhã“, 1 de Julho de 2012, crónica com o título “Panóptico“.

Print Friendly, PDF & Email
Share

Link permanente para este artigo: https://ilcao.com/2012/07/03/um-aborto-politico-eduardo-cintra-torres-cm-01-07-12/

4 comentários

Passar directamente para o formulário dos comentários,

    • Maria José Abranches on 3 Julho, 2012 at 18:14
    • Responder

    Os políticos, em Portugal, são cada vez de modo mais descaradamente visível o “exemplo” a nunca seguir! Carácter, dignidade, sinceridade, responsabilidade: “isso” também já não se usa! Começo a perguntar-me se não somos todos nós, os eleitores, cúmplices deste abastardamento da democracia!

    • Pedro Marques on 3 Julho, 2012 at 22:55
    • Responder

    Há muita gente a concordar por achar que é a evolução, e a progressão, e também só porque sim. E Dona Maria Abranches é óbvio que quem vota nos mesmos partidos de sempre é totalmente cúmplice, é também óbvio que quem não se interessa, nem se preocupa com as decisões que os governantes tomam também é cúmplice.

  1. Ele mudou de opinião por ter pensado no $$$ que vai ganhar com a editora.Ele não é dono de uma???

    • João pais on 5 Julho, 2012 at 23:06
    • Responder

    Nada de surpreendente no final de contas. Falta de carácter e de envergadura, está tudo dido. Vendido por um prato de lentilhas.

    Infelizmente há mais, afinal o Paulo Portas enquanto director do Indpendente, sempre foi contra – não creio que tenha mudado de ideia… adaptou-se… dobrou-se… torceu-se… enrolou-se…

    Vamos motrar a esta gentinha de que massa são feitos os portugueses, continuando a lutar e a recolher assinaturas e boicotando de todas as formas possíveis, sempre, este aborto ortográfico.

Responder a João pais Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado.