Algumas dificuldades na “peça central”

Escrita à moda antiga

(…)
Questionado pelos jornalistas se se adaptou à nova grafia,  Cavaco recordou que o AO foi ratificado pela Assembleia da República e entrou em vigor para os serviços públicos em 2012, mas reconheceu que ainda tem algumas dificuldades em o aplicar.

“Todos os meus discursos saem com o acordo ortográfico mas eu, quando estou a escrever em casa, tenho alguma dificuldade e mantenho aquilo que aprendi na escola. Mas isso é algo privado em casa, coisa diferente é a divulgação oficial de todos os documentos da presidência”, afirmou, acrescentando que não só concorda com este AO como participou activamente na ratificação.

[Transcrição parcial. In jornal “Público” de hoje, 23.05.12.]

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2 comentários

  1. Gosto da parte em que diz “Todos os meus discursos saem com o acordo ortográfico” como se falasse dos filhos, que saem à rua e vão ao cinema com um amigo de confiança, gente de bem, portanto.

    • Maria José Abranches on 26 Maio, 2012 at 22:40
    • Responder

    “Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?”

    Até quando aceitaremos que um Presidente de Portugal assuma, publicamente e num dos países aonde os portugueses levaram a nossa língua, Timor-Leste, que ser português e defender a soberania e a identidade nacional passa pelo elogio e pela adopção do Acordo Ortográfico de 1990? E “salientando que não só concorda com este Acordo como participou activamente na ratificação” do mesmo.
    Mas há mais declarações a destacar: “Quando fui ao Brasil em 2008, face à pressão que então se fazia sentir no Brasil, o Governo português disse-me que podia e devia anunciar a ratificação do acordo, o que fiz”, lembrou.
    Seria útil sabermos que “pressão” era essa e como é que esta postura de quem nos gorvernava e governa (o mesmo Presidente e um novo Gorverno, que mantém a aplicação do AO90) se coaduna com a obrigação de defenderem a soberania e a independência nacionais que a Constituição lhes atribui.
    Vale a pena destacar mais uma citação: “Não ignoro a complexidade de que se reveste, para as autoridades timorenses, o problema da alfabetização (…) Estou certo de que Timor-Leste tudo fará para continuar, como até agora, a participar empenhadamente na tarefa, difícil mas grandiosa, que é a afirmação internacional do espaço da língua portuguesa”.
    Pergunto: com que direito nos permitimos dar conselhos aos timorenses, que seguem a norma linguística e ortográfica de Portugal, quando no nosso país se está a proceder à mais vasta campanha de “desalfabetização” da população, mercê da imposição do AO90, nas escolas, na administração, na televisão e noutros “media” e empresas, incapazes de resistir à sedução da “moda”? E é esta “violação” da nossa língua a tal “tarefa, difícil mas grandiosa”? (Citações: vd. “Público”, «Cavaco elogia Acordo Ortográfico mas confessa que em casa ainda escreve à maneira antiga», 22.05.2012 Por Lusa)

    Se ainda há portugueses neste país, por favor, mexam-se, reajam, digam NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO, assinem e divulguem esta ILC! Não deixemos que interesses opacos, indignos, indefensáveis e anti-nacionais nos roubem a nossa língua!

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