Mentira: ‘o AO90 não altera a pronúncia das palavras’


A mentira

«Fixem bem: o Acordo Ortográfico muda a grafia de certas palavras, a maneira como se escrevem, mas não altera a pronúncia de nenhuma palavra.»
Citação: “Acordo Ortográfico no Sapo.pt”

«O Acordo Ortográfico não altera a pronúncia de qualquer palavra
Citação: “blogue da associação internacional dos colóquios da lusofonia

«Não nos devemos esquecer de que o Acordo Ortográfico muda a grafia de certas palavras, a maneira como se escrevem, mas não altera a pronúncia de nenhuma palavra.»
Citação: Agrupamento de Escolas das Olaias, Lisboa (rede RCTS)


A verdade


Ferramenta: sintetizador de texto para voz utilizado por João Ricardo Rosa.


Ferramenta: sintetizador de texto para voz online da OddCast


Este trabalho foi realizado com base numa ideia original de João Ricardo Rosa: se “o AO90 não altera a pronúncia das palavras”, então como reagirão os sintetizadores de voz às “novas regras”?

As respostas estão aí, nas gravações, como qualquer pessoa pode ouvir ou verificar por si mesma: não só as palavras “acordizadas” são “ditas” em conformidade com as regras do AO45 como as “exceções” apenas existem se e quando forem introduzidas à pressão, isto é, gravadas uma a uma, independentemente de qualquer norma ou regra ortográfica. E isto é claro, como agora se demonstra, porque no AO90 não existem quaisquer regras inteligíveis, compreensíveis ou sequer executáveis; pelo contrário, apenas existe neste “acordo ortográfico” uma pilha infindável de excepções e “facultatividades”. Os acordistas levariam, por conseguinte, uma eternidade a gravar “por cima” todas as palavras que algoritmo algum jamais conseguirá interpretar correctamente — nem com milhões de linhas de código de programação.

Isto significa, portanto, que se não houver tal introdução maciça de excepções (manual, caso a caso) o “software” só por si mesmo não reconhece, não interpreta, lê “incorretamente”, ou seja, segundo as regras pré-AO90. Se o software necessita de excepções em massa é porque não existem regras que as dispensem. Logo, pura e simplesmente as ditas “regras” não fazem qualquer sentido – tanto para um conversor de texto para voz como para o cérebro de uma criança ou, por exemplo, para o entendimento de um estrangeiro que pretenda aprender Português!

Em suma, já sabíamos que o AO90 não faz qualquer espécie de sentido mas o facto de nem mesmo um computador ser capaz de o processar comprova plenamente que não passa de um esmagador, inacreditável, absoluto disparate.

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6 comentários

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  1. Lindo! Experimentem ir ao programa e pôr a “Joana” (que ainda não está tão “amestrada”) a dizer o que vos apetecer com palavras acordizadas (sugiro: “o acordo ortográfico é uma porcaria cheia de exceções”). Ou usem palavras derivadas (ex.: “ativamente”) com os outros. É impagável, de tão ridículo!! 😉 Depois experimentem pôr uma voz qualquer de Pt-Br a dizer exactamente a mesma coisa. Nesse caso, para a pronúncia brasileira, já sai sempre bem. Demonstradíssimo: juntar as duas ortografias no mesmo saco não resulta. Ponto final.

    João Ricardo Rosa: parabéns por mais esta ideia!! 🙂

    • J.Gervásio on 2 Abril, 2012 at 9:35
    • Responder

    Meus caros, a bem da nossa luta, temos de ser cuidadosos e medir bem os passos.
    O sintetizador funciona reproduzindo a leitura atribuída especificamente a uma dada palavra. Nos nos casos das palavras sem registo específico, o sinterizador reproduz silaba a silaba, segundo as regras gerais.
    Reparem que o sintetizador reproduz “actuar” com aquele ‘a’ fechado e sem ler o c porque a pronúncia correcta da palavra foi gravado especificamente para ela. De outro modo leria “à-c-tuar”, com o ‘a’ aberto e com o ‘c’.
    Enquanto o acordismo não chegar aos sintetizadores, estas coisas continuarão a dar mal. Mas quando começarem a gravar os sons segundo a leitura acordista, vão aparecer bem, e isso não nos ajuda a mostrar os males do AO. Pelo contrário, potencia o uso do argumento contra nós porque as palavras com a ortografia correcta vão ser retiradas e começaremos a ouvir reproduções sonoras erradas (ou, pelo menos, raras), por exemplo, para “acção” ou “excepção”.

    1. Temos sido o mais possível cuidadosos e temos também medido os nossos passos o melhor que podemos e sabemos. Isso é a sua opinião, tão respeitável como qualquer outra mas, obviamente, não é a nossa, caso contrário não teríamos produzido este trabalho.

    • J.Gervásio on 2 Abril, 2012 at 9:44
    • Responder

    Caro JPG
    Estes aqui escrevem em acordês e não merecem estar citados neste blog: http://defesanacionalpt.blogspot.pt/
    Cps.

    1. Já foi retirado da lista. Obrigado.

    • Luís Ferreira on 4 Abril, 2012 at 11:21
    • Responder

    Relevante no que diz respeito às questões de pronúncia:

    http://abibliotecadejacinto.blogspot.pt/2012/03/esta-carta-foi-me-enviada-pelo-autor.html

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