Maria Alzira Seixo subscreveu a ILC

Vida e obra

Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde foi aluna de Jacinto do Prado Coelho e de David Mourão-Ferreira, tendo-se licenciado em Filologia Românica. Desde 1966 que é docente de Literatura Francesa e Literatura Comparada nessa Faculdade. Em 1979, doutorou-se em Literatura Francesa. Dedica-se ao estudo da Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea, da Literatura Francesa Clássica e de questões de pedagogia literária. É autora de obras de investigação na sua área, de ensaios sobre literatura portuguesa e de alguns livros de poesia. Publicou o primeiro livro em 1968, com o título Para o Estudo da Expressão do Tempo no Romance Português Contemporâneo, cuja 2ª edição inclui estudos sobre a obra de Agustina Bessa Luís, Vergílio Ferreira, Maria Judite de Carvalho e Augusto Abelaira. Frequentou as tertúlias de Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira, e os encontros regulares do que seria mais tarde o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, com Jorge Peixinho, Mário Falcão e Emanuel Nunes.

Criou e dirige as revistas Ariane (estudos franceses) e Dedalus, esta última da Associação Portuguesa de Literatura Comparada, instituição de que é presidente. A revista Dedalus tem sido uma das principais responsáveis pela divulgação, em Portugal, do chamado Pós-Modernismo. Tem colaborado na Colóquio/Letras e no Jornal de Letras, Artes e Ideias. Participou na elaboração de várias antologias de Literatura Portuguesa, como a antologia comentada a O Livro do Desassossego de Bernardo Soares. Dirigiu a colecção «Práticas de Leitura» (Editora Arcádia), que publicava textos de problemática marxista, semiológica e estruturalista, e a colecção «Textos Literários» (Editorial Comunicação), de introdução à leitura de escritores portugueses, e a colecção «Viagem» da Editora Cosmos.

É Presidente da Associação Portuguesa de Literatura Comparada e da Federação Internacional de Línguas e Literaturas Modernas, foi Presidente do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários entre 1984 e 1987, sucessora do Professor Jacinto do Prado Coelho. Actualmente, é a coordenadora da edição ne varietur das obras de António Lobo Antunes.

Contra o “Acordo Ortográfico”

Recentemente (2008), sobre a possível aplicação do Acordo Ortográfico, à semelhança de Vasco Graça Moura, Maria Alzira Seixo tem manifestado a maior discordância. Em 1988, escreveu: “a ortografia não é apenas uma roupagem da língua, indiscriminada ou meramente funcional; ela é uma parte basilar e inalienável, de profundo sentido histórico, do seu corpo significante”. […]

Bibliografia activa

A expressão do tempo no romance português contemporâneo (Ensaio), 1968 ; 1986
Discursos do texto (Ensaio), 1977
Letra da terra (Poesia), 1983
Le parcours du plaisir. Essai d’analyse d’un texte français du XVIIe. siécle: “Francion” de Charles Sorel (Ensaio), 1985
A palavra do romance. Ensaios de genealogia e análise (Ensaio), 1986
O essencial sobre José Saramago (Monografia), 1987
Poéticas da viagem na literatura (Ensaio), 1998
Lugares da ficção em José Saramago. O essencial e outros ensaios, 1999
Le sens du voyage dans l’écriture romanesque, ed. bilingue francês/grego (Ensaio), 2000
Outros erros. Ensaios de literatura (Ensaio), 2001
Eu fui ao mar às laranjas : ensaio sobre Luísa Dacosta (Ensaio), 2001
Os romances de António Lobo Antunes : análise, interpretação, resumos e guiões de leitura (Ensaio), 2002
Diário do lago (Poesia), 2002

Prémios

Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio, 1986 (A palavra do romance. Ensaios de genealogia e análise)
Prémio Jacinto do Prado Coelho, do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, 1999 (Lugares da ficção em José Saramago. O essencial e outros ensaios)
Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio, 2001 (Outros erros. Ensaios de literatura)
Grande Prémio de Ensaio Literário APE/PT, 2002 (Os romances de António Lobo Antunes : análise, interpretação, resumos e guiões de leitura)

[Transcrição parcial de perfil em Wikipedia.]

Maria Alzira Seixo subscreveu a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação da entrada em vigor do “acordo ortográfico”.

Este é mais um perfil publicado na “galeria” de subscritores, activistas e apoiantes da ILC pela revogação do “acordo ortográfico”.

Nota: esta publicação foi autorizada pela subscritora, pessoalmente, no evento realizado no Goethe Institut a propósito do AO90.

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5 comentários

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    • Isabel Campos on 10 Janeiro, 2012 at 22:45
    • Responder

    Uma grande opinião a ter em grande consideração!

  1. completando a informação:

    Coordenadora para a edição ne varietur da obra de António Lobo Antunes
    Prémio Vergílio Ferreira 2011

    – Dicionário da Obra de António Lobo Antunes (coordenação), 2 volumes, 2008
    – Memória Descritiva da Fixação do Texto Para a Edição Ne Varietur da Obra Completa de António Lobo Antunes, com Graça Abreu, Eunice Cabral e Agripina Carriço Vieira, 2010
    – As Flores do Inferno e Jardins Suspensos (2º volume de Os Romances de ALA), 2010

    • Maria José Abranches on 17 Janeiro, 2012 at 16:43
    • Responder

    É urgente dar a palavra àqueles que sabem o que é a nossa língua e a nossa cultura! E os decisores políticos têm de ouvi-los! Tenho acompanhado a já longa luta da Professora Maria Alzira Seixo contra este Acordo Ortográfico: só posso dizer -continuamos a contar consigo e um grande obrigada!

    • Inspector Jaap on 18 Janeiro, 2012 at 15:58
    • Responder

    Isto é mesmo um país dos 4 emes: medíocres, mesquinhos e malacas e de … algo que a educação me impede de dizer…
    Pelo facto de muitas sumidades da Língua Portuguesa, como a Srª Profª Drª M.A. Seixo, discordarem desta aberração, é que ela foi cozinhada em sítios mais ou menos esconsos e à sorrelfa, que é para ninguém ver nem saber, excepto quando for demasiado tarde… mas quando é que os Portugueses acordam?
    Parabéns Srª Profª e continue, que nós bem precisamos.
    Cumpts

    • Maria Helena Corrêa on 16 Janeiro, 2013 at 13:43
    • Responder

    Há meses assinei a Petição. Continuo a escrever como sempre na forma que respeito. Não se pode ir contra a in cultura que abunda na classe política, a não ser com a nossa discordância forte e permanente. Cada calinada um novo atropelo à nossa língua e ao ser natural deste Portugal velho na Europa mas digno. Não somos os preguiçosos que dizem sermos, para sossego dos que nos pisam com bota dura. somos gente com passado e com servis. É necessário novas assinaturas, vamos a isso.
    Professora, promova uma manif.

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